Muito
já foi feito dentro da ficção sobre vampiros. Muitos autores ousaram em dar
uma roupagem nova a estes seres que tanto assustaram e maravilharam nossas
mentes. Richard Matheson
com seu bem sucedido “Eu Sou a Lenda” obteve sucesso
com sua versão dos chupadores de sangue. Stephanie Mayer e sua Saga vampiresca,
apesar de não obter o sucesso da crítica, conseguiu uma legião de fãs
apaixonadas por seu vampiro purpurinado. Independente da forma que são
apresentados, todos os autores bebem da fonte do maior vampiro que surgiu na
literatura: Drácula. Aqui, o autor apresenta aquilo que seria – e é – o retrato
que, ainda hoje, permeia nossas mentes quando falamos em vampiros. E o
resultado é ótimo.
Apesar
de ser escrito em 1897, Drácula é um livro de leitura fácil por conta da forma
que o autor resolveu contar a história. São relatos de cartas, telegramas,
recortes de jornais e diários que contam a existência de um ser demoníaco, que
precisa sugar o sangue de suas vítimas para sobreviver e a luta de um grupo de
pessoas para tentar extirpar da terra este mal.
O
livro começa com os relatos no diário de Jonathan Harker indo para um castelo
na Transilvânia encontrar um certo Conde Drácula que pretende adquirir
propriedades em Londres. Estando lá, nossaopersonagem descobre as reais
intenções do Conde e faz de tudo para não enlouquecer e arrumar um meio de
escapar do castelo e manter sua vida intacta.
Depois, passamos por vários outros documentos e diários e descobrimos que Drácula
conseguiu aportar em Londres e está arquitetando um plano para levar a cabo seu
plano de aterrorizar a Europa. Dr. Van Helsing, um holandês cheio de
conhecimentos, trata uma paciente, Lucy, e descobre que a mesma está sucumbindo
a um tipo de mal que foi professado no passado mas que muitos duvidam: um mal causado pelos Não Mortos. Van
Helsing percebe que se ele e outros indivíduos, que de uma forma ou outra, foram
confrontados com o poder maligno de Drácula nada fizeram, para sempre a Terra
será palco de figuras malignas e que irão propagar o mal aos quatro cantos do
globo.
O
livro é muito bem escrito. Uma leitura dinâmica, envolvente e cheia de
mistérios. Apesar de já sabermos do que se trata, é interessante observar
nossos personagens montando o quadro sobre este mal que se aproxima. É quase
uma investigação conduzida a várias mãos. Apesar de não ser o foco
principal do livro, há um romance presente, o que pode agradar leitores mais
emotivos.
Outro
ponto interessante é que não temos acesso diretamente ao que Drácula pensa. Ficamos
sabendo suas atitudes, intenções, o real alcance de seus poderes
(transformar-se em animais, induzir suas vítimas mentalmente, força de vinte
homens, controlar fenômenos climáticos...) e suas fraquezas (luz solar, alho e
tudo que for sacro) através de relatos alheios, o que serve para
aumentar a áurea de mistério que cerca o personagem. Aliás, o Conde,
diretamente, pouco aparece, mas é possível sentir sua presença espreitando em
cada canto só esperando o momento oportuno de dar o bote.
Um
livro que é obrigatório para todos os amantes de histórias de vampiros. Apesar de
muita coisa boa ter sido escrita tendo os sugadores de sangue como temas – e aqui
sito um brazuda, André Vianco em “Os Sete”, e o mestre do terror, Stephen King
em “Salém’s Lot” ( resenha aqui
) – é bom notar como surgiu o mito e ver que , apesar de muitas
outras criaturas tentarem tomar o posto, os vampiros (Drácula) sempre manterá
um lugar de destaque em nossos pesadelos.
Nota:★★★★★
Livro: Drácula
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