Quando
eu tinha doze anos, ou seja, há muuuuuito tempo atrás, uma série de crimes
acontecia na cidade de São Paulo por um individuo que ficou conhecido como Maníaco do Parque. Por conta disso, eu
morria de medo de andar por lugares de mata ou no turno da noite sozinho com
medo de dar de cara com e ele. Naquela época, eu nem imaginava o que era um serial killer – apesar de os noticiários
falarem disso o tempo todo. Na minha cabeça, qualquer um poderia ser a vítima do “tal”
maníaco, inclusive um neguinho amedrontado vivendo a quilômetros de distancia
do local de atuação do assassino...
Depois
de algum tempo – muito tempo – descobri que meu medo em ser pego pelo Maníaco do Parque (Francisco de Assis
Pereira) era infundado. Serial killers não
escolhem suas vítimas ao acaso. Há uma “razão”
para escolherem determinado grupo de indivíduos, assim como a forma que o
crime é realizado – o modus operandi –
também tem algum significado. E foi isso, tentar descobrir e entender o que
passa dentro da mente de um serial killer
que o ex-agente do FBI John E. Douglas fez durante grande parte de sua
vida. E grande parte desta trajetória é narrada no incrível "Mindhunter: O
Primeiro Caçador de Serial Killers Americano".
O
livro, coescrito por Mark Olshaker, é uma vigem no descobrimento de uma nova
técnica de investigação com pinceladas de autobiografia.
O
livro aborda toda a história do inicio das análises de perfis de criminosos que
em seu primórdio era feito de forma precária e com poucos subsídios, até a forma
que esta ciência é vista hoje. Todos os perrengues que John e alguns companheiros de profissão
tiveram de passar para conseguir firmar as bases desta ciência é descrito com
um riqueza de detalhes que dão a impressão de que estamos vendo tudo acontecer
em tempo real.
John
entrevistou um sem fim de criminosos seriais e com base em seus relatos, compilou
parâmetros que serviriam para aplicar em situações hediondas no intuito de
descobrir quem é o assassino e assim, captura-lo. Sua abordagem, a forma que
ele se comportava – algumas vezes contrariando o que diziam seus superiores – é bem detalhada sendo mesclada com trechos da vida pessoal do autor que na gama
de empreender nesta nova seara, acabava deixando um pouco a família em segundo
plano.
Se
hoje temos filmes e livros com policiais que preveem como será este ou aquilo assassino
serial como em O Silêncio dos Inocentes ou Se7en, devemos isso a John. E tão
intrigante quanto suas descobertas nas análises de perfis criminais eram os
criminosos em si.
Charles Manson, Richar Speck, John Wayne Gacy, dentre outros, são analisados a luz de
seus delitos que são descritos de forma crua – porém, sem sensacionalismo – e observar
como a mente dessas pessoas funciona em uma frequência diferente de nós é algo
que assusta. Nunca se sabe qual será o gatilho que irá disparar aquele serial killer latente na mente de um psicopata.
E é por isso que o trabalho de John foi e é tão importante. Só entendendo como
agem esses indivíduos é que se faz possível sua captura – o que, ainda assim,
nem sempre é possível. E põe coisa pra entender...
A gama de situações e "razões" que podem levar um individuo à tornar-se um serial killer são imensas. Desde aqueles que sofreram algum tipo de violência na infância àqueles que parecem ter nascido de forma torta. E descobrir essas coisas foi de vital importância no desenvolvimento desta nova ferramente na busca de criminosos. E, de posse desses dados os especialistas do FBI conseguiram compilar ideias e conceitos que facilitam a vida de todos àqueles ao redor do mundo que vivem à caça desses assassinos...
A gama de situações e "razões" que podem levar um individuo à tornar-se um serial killer são imensas. Desde aqueles que sofreram algum tipo de violência na infância àqueles que parecem ter nascido de forma torta. E descobrir essas coisas foi de vital importância no desenvolvimento desta nova ferramente na busca de criminosos. E, de posse desses dados os especialistas do FBI conseguiram compilar ideias e conceitos que facilitam a vida de todos àqueles ao redor do mundo que vivem à caça desses assassinos...
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Mindhunter é adentrar num mundo sombrio onde a razão por vezes é abandonada mas
que um grupo de indivíduos lutou bravamente para estabelecer uma racionalidade há
crimes que parecem sem razão no intuito de tirar de circulação seres tão vis...
Obs.: recentemente
uma séria da Netflix adaptou o livro, com direção de David Fincher, e esta
consegue ser tão envolvente quanto livro. Vale à pena conferir...
Autor: John E. Douglas e Mark Olshaker
Editora: Intrínseca
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Mindhunter ( Mind Hunter: Inside the FBI’s Elite Serial Crime Unit, EUA, 2017)
Páginas: 384
Editora: Intrínseca
Comprar: AMAZON
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