[CRÍTICA] filme, PREDESTINATION

Voltar no tempo nunca foi tão confuso, legal, emocionante e perturbador.


O gênero ficção cientifica costuma nos apresentar histórias muita boas e por vezes complexas. Alguns filmes, precisamos assistir mais de uma vez pra conseguir entender o que se passou. Lembro que quando assisti o filme PI de Darren Aronofsky, fiquei, tipo, wtf?  O mesmo ocorreu com Matrix, dos irmãos Wachowsky e o ótimo e pouco divulgado Coeherence de James Ward Byrkit. Os irmãos Michael e Peter Spierig, conseguiram fazer jus ao gênero nos apresentando uma obra complexa, forte e ainda por cima, com viagens no tempo com o Paradoxo da Predestinação como norteador do filme.

O Predestinado (título em português) é uma ficção baseada no conto  “–All You Zombies–” de Robert A. Heilen, que empolga pelo ponto investigativo onde um Agente Temporal/Bartender (Ethan Hawke) viaja no tempo evitando desgraças antes que aconteçam. Prestes a se aposentar, tenta um último esforço na tentativa de capturar um criminoso que há muito o ludibria. Bandido este conhecido como Detonador Sussurrante, uma espécie de terrorista que causou certo estrago nos anos 1960. Na tentativa de concretizar seu feito, o Bartender recruta John (Sara Snook) que foi impedida de entrar em uma organização após engravidar do tal terrorista.

Sim, sim, John engravidou. John, era Jane, uma hermafrodita que acaba passando por muitos perrengues que acabam culminando com um cirurgia de redefinição de sexo. Não dá pra revelar muita coisa sobre a vida de John/Jane (só que dá pena dela/dele) sem entregar muita coisa do filme. Na verdade foi difícil fazer esta crítica. Tem muita coisa por trás da obra e falar sobre isso ou aquilo, acabaria por entregar alguma coisa importante. 

As interpretações são muito boas. Ethan Hawke está muito bem no papel. A bela Sara Snook, apesar de pouco conhecida, consegue dar conta do recado. É na figura dela que reside grande parte do apelo emocional que a obra evoca e, também, algumas explicações para o filme. Mas, a figura da mãe solteira é a que mais me intrigou e me fez gastar alguns neurônios.

A ideia do Paradoxo da Predestinação, já foi usada antes no cinema (podemos usar como exemplo Harry Potter), mas o que gerar uma certa estranheza é que neste caso, aquela velha história vem com tudo: quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?

Como disse antes, o filme dá um nó na cabeça. Não só pela questão da viagem no tempo. A premissa central do filme, o que realmente o move  cria muitas perguntas que PODEM ter sido respondidas por alguém no decorrer do filme, mas, que mesmo assim, um sentimento de Como Assim fica bem latente.

A cena em que os Jane/John e o Bartender estão no parque é de fazer os axônios enrolarem num emaranhado louco. Usando conceitos da física teórica, biologia e, talvez, até questões morais, Predestinado é um filme que dentro da realidade proposta, funciona muito bem. 


Mesmo você se perguntando: como aquilo aconteceu se, para ter acontecido, teria que ter ocorrido aquilo, e depois disso levado aquilo outro? Não dá pra negar que a obra dos irmãos Spierig é fantástica.

Ficha Técnica
Lançamento: 2014
Direção: Michael Spierig, Peter Spierig
Com: Ethan hawke, Sara Snook, Noah Taylor
Nacionalidade: Austrália





EmoticonEmoticon