Filmes da Semana #01



Falar sobre filmes é algo muito bom, entretanto, fazer críticas de filmes é uma tarefa trabalhosa. Tanto é que foram poucas as que fiz aqui no “broguinho”. Para não deixar este tema – cinema – de lado e não fazer críticas estúpidas, resolvi criar uma seção chamada Filmes da Semana. O título é pouco original – assim como o nome do blog, rs – e autoexplicativo. Não, não é uma ideia original e muitos outros sites fazem isso. Especificamente, roubei a ideia deste AQUI. Enfim, deixa de lenga – lenga e vamos lá.

The Discovery

A Netflix, cada vez mais se dedica ao mercado dos longas-metragens. Já consolidada no mercado das séries, a plataforma de streaming está tentando se tornar também referência nesta seara. Com alguns resultados questionáveis, vez ou outra algum se sobressai. É o caso de The Discovery.

O que aconteceria com a humanidade se a vida após a morte fosse um fato comprovado? Sim, para muitas pessoas ela já é uma verdade respaldada pelas inúmeras religiões. Mas, e se a ciência conseguisse comprovar que isto é uma verdade cientifica? O filme tem uma versão para isso: uma epidemia de suicídios.

Pessoas que por terem uma vida miserável ou com arrependimentos sufocantes, acabam por ceifar a própria vida na esperança de uma segunda oportunidade onde o futuro se mostra cheio de possibilidades. O filme não aprofunda muito nesse tema – para tristeza dos filósofos – e nem em como a vida após a morte foi comprovada – para tristeza de cientistas. O filme foca mais na vida de Will (Jason Segel), filho do pesquisador autor da descoberta e sua saga por tentar acabar com esta onda de suicídios. E o final é daqueles que fazem jus a uma boa ficção científica.


Barry Lyndon

Stanley Kubrick foi um diretor tão consagrado que até seus filmes que não constam no rol de obras primas do autor, conseguem ser acima da média. Neste, acompanhamos a saga de Redmond Barry. Desde sua adolescência, passando por seu auge na alta sociedade britânica até o ocaso.  Redmond é um personagem que não medirá esforços para se alçar ao topo tomando atitudes sem se preocupar com os escrupulos.

Como de praxe nos filme do diretor, Barry Lyndon é de uma excelência técnica. A fotografia é espetacular. Gravado em luz natural – inclusive as cenas em ambientes escuros foram todas feitas a luz de velas para ser o mais próximo do ambiente da época, a obra nos presenteia com uma fotografia espetacular. Até parece que estamos vendo uma pintura em tela. As reconstruções de ambiente e fugurino são bem feitas. Mas tudo isso não seria o suficiente para manter o espectador a frente da tela por mais de três horas. O roteiro é bem arquitetado, as interpretações estão ok e, apesar de ser quase óbvio o destino de Redmond, a forma como ele chega até lá é que interessa. E Kubrick consegue, mais uma vez um trabalho magistral.

Spartacus

E olha o Kubrick por aqui de novo.

Para aqueles que estão acostumados aos filmes mais cultuados de Kubrick como 2001, Laranja Mecânica e O Iluminado, Spartacus pode soar um tanto quanto estranho. O filme é da década de 70 e como muitas obras passadas, é um filme datado e que muitos podem achar difícil de assistir. Porém, a história do escravo que se rebela contra Roma iniciando um levante, além de belas atuações e um roteiro perfeito traz em sua essência uma forte crítica ao momento em que foi feito.

Adaptado de livro homônimo escrito por Howard Fast, que fora preso por não delatar outras colegas comunistas, acabou sendo roteirizado por Dalton Trumbo, outro que fora perseguido pelo mesmo motivo. Só por isso já nota-se um parelelo da história com a vivida pelo autor e pelo roteirista. Para apimentar ainda mais a história, há aquela icônica cena que serviu de base para muitos outros filmes, que é quando os outros escravos, já derrotados, quando questionados pelos soldados romanos quem é Spartacus, um a um eles se levantando dizendo: “eu sou Spartacus”, numa referência direta aos autores da obra.

Além disso, é um filme dirigido por Kubrick. Precisa de um motivo maior para assistir.


A Vida Imortal de Henrrieta Lacks

Chegamos agora há um filme muito emocionante e que gera um debate ético muito forte. Em 1951, Henrietta Lacks faleceu de câncer. Suas células (conhecidas como Hela) foram coletadas sem a autorização da família. Muitas descobertas científicas como vacinas só foram possíveis graças ao uso dessas células que crescem indefinidamente e continuam vivas até hoje. Porém, enquanto muitos laboratórios e cientistas enriqueceram por conta das aplicações das células Hela, os filhos e marido de Henrietta nunca virão nada desta fortuna.

Na verdade, nunca souberam ao certo o que ocorreu com essas células. De Pouca instrução, não entendiam muito bem as aplicações destas células até que surge a escritora Rebecca Skloot, uma cientista que quer contar a história de Henrietta e quem sabe buscar algum reconhecimento (moral e financeiro) para seus familiares.

O debate bioético levantado pelo filme é muito importante. Num mundo onde as possibilidades cientificas parecem ser cada vez mais infinitas, um olhar mais cauteloso sobre o que deve ou não ser feito é de extrema importância.  


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