Ano de Lançamento: 1979
Editora: Círculo do Livro
Páginas: 533
Nota: 5/5
(Nada Spoilerenta)
“Qual foi a pior coisa que você já fez?
Não vou contar, mas lhe direi qual foi a pior coisa que já me aconteceu... a mais terrível...”
A excelente obra de terror sobre fantasmas, Os Mortos Vivos de Peter Straub, narra a história de quatro idosos de uma cidade pequena, que se auto intitulam Sociedade Chowder, que periodicamente se reúnem pra contar histórias de terror.
A rotina daqueles ricos senhores muda drasticamente quando um deles, Sear James, conta um acontecimento de seu passado. Daí em diante, o que eram apenas relatos fictícios (será?) de terror e mistério passam para o plano real colocando em cheque a sanidade e a vida dos membros da sociedade e de toda a cidade.
Um mal que atravessou gerações, desemboca na cidade de Milburn fazendo com que segredos venham à tona expondo e amedrontando nossos personagens.
Mortes ocasionadas por decapitação e outros cortes onde não há vestígio algum de sangue; suicídios; visões; e um clima gélido que dá um ar ainda mais sombrio a história tornam a leitura de Os Mortos Vivos, sinistra e instigante. Apesar de, em alguns pontos a narrativa ser um pouco arrastada, a gana de saber o desenrolar da história muito bem arquitetada e amarrada, lhe impede de interromper a leitura.
Algumas passagens são bem sinistras. Uma, em especial, me deixou um tanto quanto perturbado: a morte de um dos personagens que foi assistida de forma não voluntária por outro personagem, de tão bem escrita, me fez sentir toda a angústia e desespero que a cena evoca.
E não é somente o terror que torna Os Mortos Vivos uma leitura gratificante. As relações entre os personagens também é um fator preponderante para o sucesso da obra: desde um solteiro de meia idade conquistador, à um casamento que, até para os dias de hoje, seria motivo de comentários nada positivos. Passando por jovens sem perspectivas a autoridades questionáveis, temos um leque amplo de perfis de indivíduos que tornam tudo ainda mais rico.
Não podemos esquecer os momentos metalinguísticos presentes na figura do diário de um dos personagens.
A narrativa não segue uma sequência linear. É picotada, o que exige certa atenção do leitor pra não se perder – eu, por exemplo, após terminar o livro, tive de voltar e reler o prólogo que passou a fazer todo sentido.
Creio que como a maioria dos leitores, cheguei até Os Mortos Vivos, por intermédio de Stephen King, nas obras que escreveram em parceria: “O Talismã” e “A Casa Negra”. Apesar de não ter lido nenhuma das duas, fiquei interessado pelo autor por conta dos elogias que tecem sobre o mesmo. E digo que todos os elogios são plenamente justificáveis. Suponho que a maioria dos leitores aficionados por histórias de terror gostam de, paralelamente, ter em mãos uma obra que explora a psicologia dos personagens o que em Os Mortos Vivos é muito bem feita.
Livro figura na minha estante de melhores do gênero. Leiam que não irão se arrepender.
2 COMENTÁRIOS
Ricardo, Os Mortos Vivos ao lado de It A Coisa são meus livros de terror preferidos até agora. Peter Straub criou uma excelente história, complexa e muito bem escrita. Li ano passado e já tenho muita vontade de ler novamente; e olha que nunca li um livro duas vezes hein ! Gostei muito do conteúdo do blog, a maioria de suas leituras compartilham do meu gosto, e já estou seguindo o blog !
bomlivro1811.blogspot.com.br
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