[CRÍTICA] filme, A Garota no Trem


DIREÇÃO: Tate Taylor
LANÇAMENTO: 27/10/2016
ANÁLISE FAST FOOD: A Garota no Trem segue a mesma premissa de Garota Exemplar: mulheres que sofrem algum tipo de abuso dos homens e resolvem se rebelar.

O longa acompanha a vida de três personagens, Anna, Rachel e Megan, de forma não linear que se entrelaçam para forma uma história de reviravoltas, suspense e drama.

A trama gira em torno do sumiço de Anna onde, tanto Megan e principalmente Rachel podem ter alguma relação, pois de certa forma, avida das três está interligada. Acompanhamos o desenrolar da história do ponto de vista de Rachel, que por conta do alcoolismo sofre com apagões da memória. O longa usa desta deficiência da personagem para que nós, expectadores, vamos juntos com ela descobrindo, passo a passo, não só a verdade sobre o sumiço de Anna, mas também, a profundidade de cada personagem.

Apesar de não alcançar o mesmo sucesso de Garota Exemplar – principalmente por alguns furos narrativos e uma câmera confusa que peca por um Slow Motion desnecessário – A Garota no Trem consegue prender a atenção do espectador por conta de sua narrativa fragmentada – que apesar de eficiente acaba sendo um pouco exagerada no uso de flash backs.

Uma crescente sensação de que Rachel perdeu alguma coisa importante nos eventos de Anna te levam a duvidar de todos: desde a própria Anna até seu namorado possessivo. E o final, apesar de interessante, não consegue surpreender tanto assim.

O maior trunfo do longa é a interpretação de Emily Blunt. Ela consegue, através de olhares e gestos, transmitir toda o drama e agonia de uma Rachel fragilizada e decrépita. É nela que se encontra o ponto forte do filme.


Apesar de não alcançar o mesmo sucesso do material de origem, o longa consegue trazer para um público maior um assunto pouco conhecido: “gaslighting”, que é quando a vítima, através de abuso psicológico do agressor, dúvida de suas próprias ações. E faz isso não de forma documental, mas sim, como se vivêssemos tal agressão. Tal feito gera toda uma empatia que faz o espectador olhar as coisas por um ângulo diferente. Isso é o melhor que a sétima arte pode fazer.


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