Longos
dias e belas noites!
Hoje,
nas Indicações da Semana, não tem
nenhuma produção mais ou menos. Todos os quatro longas que lhe serão apresentados,
além de terem uma acuidade técnica, tem em seu enredo um subtexto que vale à
pena reflexão. Desde o homem que sonha com uma catástrofe e se prepara para tal
à exemplo de Noé; a invasão alienígena que explora mais nossa linguagem e a
inevitabilidade das coisas; uma metáfora sobre a dor da perca num retrato
belíssimo; e um ensaio sobre a vida através de máscaras.
Bem,
vamos lá?
Este
com certeza é um dos melhores filmes de ficção dos últimos anos. A história
narra a chegada de seres alienígenas na Terra e a tentativa de Louise Banks
(Amy Adams), linguista, em descobrir o real motivo de sua vinda pra cá.
O ABRIGO
O
que você faria se tivesse presságios de uma catástrofe que está por vir, mas
que ninguém acreditaria se você contasse? É isso que acontece no filme
O Abrigo. Num paralelo moderno do mito de Noé, o diretor Jeff Nichols nos apresenta um
filme com um ritmo lento porém com um clima de suspense no ar que não deixa a
narrativa cansativa.
Destrinchando
a vida de Curtis LaForche (Michael Shannon) que começa a creditar nas visões apocalípticas e isso o leva a
perder o emprego e a confiança da família, já que sua mãe tem esquizofrenia e
para todos suas visões são sinais da doença.
O filme é um retrato da situação de gente
comum ante fatos extraordinários. Sempre há um nosso “Eu” que finca os pés no
chão da realidade plausível e provável negando-se a ler os sinais que a vida dá –
e isso não é restrito a fatos sobrenaturais. Além de Shannon ótimo no papel, ainda
temos uma Jessica Chastain no papel da esposa de Curtis, Samantha LaForche, com sua eficiência
habitual. Vale o ingresso.
A CHEGADA
Apesar
de ser um tema batido, o longa foge do roteiro fácil de explosões e abduções. Há
um olhar mais intimista e menos catastrófico. Baseado no conto A História de Sua Vida de Ted Chiang, o
livro aborda questões como linguagem, teorias cognitivas e um conceito
diferente sobre livre arbítrio.
Dirigido
pelo ótimo Dennis Villenueve, o filme conta com uma fotografia vistosa, um
clima de tensão intermitente e um roteiro eficiente. Apesar de num primeiro
momento parecer uma narrativa grandiloquente, o filme é mais um retrato
intimista da vida de Louise do que qualquer outra coisa. E por falar em Louise,
que interpretação incrível Amy Adams. Ela está ótima no papel sendo o grande fio
condutor da narrativa. Surpreendentemente não foi indicada pela academia como
melhor atriz.
Apesar
de merecer, não vou me delongar muito na história do filme pois já fiz uma
resenha do conto, para ler clique AQUI
, e ambos tem uma estrutura muito
semelhante. Não deixem de ver.
SETE MINUTOS DEPOIS DA MEIA NOITE
Adaptado
do livro homônimo de Patrick Ness, o filme é uma alegoria muito profunda sobre nossos
sentimentos paradoxais e sobre superação. Connor O’Maley (Lewis MacDowgall) é um garoto que
passa por um momento difícil: sofre bullying na escola, sua mãe está sucumbindo
a uma doença terrível e pra piorar, começa a ter um sonho que lhe apavora.
É
neste ponto que surge o Monstro. Uma figura que pode ser ou não real e que
aparece para Connor para contar três histórias e ouvir uma quarta. O filme é emocionante, triste e belo. Cheio de lições para levarmos pra vida toda.
Sem
delongar muito pois já resenhei o livro (resenha AQUI), e as histórias são bem
parecidas com um acréscimo no final do filme que torna tudo mais lúdico ainda. Assista
com um lenço para enxugar as lágrimas. Vai precisar. Já disponível na Netflix.
DE OLHOS BEM FECHADOS
Já
está quase virando regra filme do Stanley Kubrick aqui na seção. Neste, o
diretor aborda a vida das pessoas atrás de máscaras. Estrelado pelo na época
casal 20, Tom Cruise e Nicole Kidman, o filme
começa mostrando uma vida feliz de ambos até que possíveis aventuras
sexuais põe em cheque a felicidade deles.
Cheio
de alegorias e um flerte com teorias conspiratórias, o filme ficou mais marcado
pela cena do ritual ocultista do que pelo seu conteúdo em si. E focar somente nisto
é reduzir em muito esta grande obra. Sem muitas delongas pois já tem uma
análise do filme aqui no broguinho (para
ler clique AQUI
), o filme te faz pensar sobre fidelidade, o real momento onde
há traição conjugal e a vida das aparências. Mesmo longe de ser o melhor
trabalho de Kubrick, é um filme fantástico que vale a pena ser visto.
É
isso pessoal, essas são as indicações da semana. Até a próxima.
Longos
dias e belas noites.
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