Associação Livre [Parte I] - relatos de uma mente inquieta.



O mundo é um lugar meio estranho quando a gente se sente meio perdido. As coisas parecem que não se encaixam e tudo que fazemos resulta em  nada que aumentam ainda mais a sensação de vazio e de que estamos sozinhos neste Pálido Ponto Azul. Buscamos algum alento numa projeção futura ou ainda num conforto do passado. Entretanto, nossa mente confusamente vazia repleta e de informações não é um lugar muito confiável e aquilo que poderia ser belo num futuro, acaba se tornando um pesadelo e o que foi mágico no passado nos parece mais um abismo dantesco.  Vamos vivendo assim, um dia após o outro esperando que um cubo mágico caia nas nossas mãos com a fórmula  exata da felicidade e a tão sonhada solução para os nossos problemas. Enquanto isso não acontece, seguimos envelhecendo dez anos ou mais num único mês.

Neste quadro, é difícil olhar e ver a felicidade alheia sem sentir um pouco de inveja e raiva. Porque não Eu? Por que as coisas boas acabam caindo sempre do outro lado da cerca? Fizemos algo errado pra Deus pra ele não ouvir a nossa prece?  Será que Ele (ele?) existe?

Dias desses numa conversa despretensiosa, ouvi de alguém muito especial e caro pra mim que a mente prega peças e mesmo sabendo que determinado pensamento é errado, é difícil explicar isso pra mente. E olhando para os outros refletidos nos meus olhos, percebo que isso é a mais pura verdade. Quantas vezes não temos todas as ferramentas da felicidade ao alcance das mãos, mas não nos achamos dignos de tamanha dádiva e insistimos em sentir aquela tristeza que devora ou aquela apreensão que paralisa?

Bem, acho que no fundo, todo mundo sente um pouco disso..., às vezes! Somos tão estranhos que deixamos escapar oportunidades únicas  de felicidade e o pior, sabemos disso e não fazemos nada. Olhamos para o lado e vemos um mundo de coisas feias: fome, injustiças e qualquer outra ignomínia, e ainda assim, deixamos escorrer por entre nossos dedos as coisas boas que vão nos acontecendo. E não me refiro àquelas coisas boas de porte grandioso, não! Essas, sempre percebemos. Me refiro aquilo de bom que acontece a cada minuto, a cada quarto de hora e não observamos por uma ótica tão bela: conversas descontraídas, um abraço carinhoso, uma conversa amiga, um bom filme... São coisas pequenas, é verdade, mas são elas, VEJA BEM, são elas que fazem todo o milagre  chamado vida ser tão belo.

Sim, eu sei que tem momentos que observar algo belo num mundo – real ou mental – obscuro, é difícil. Mas, assim, é tentando ver um pouquinho desta beleza a cada dia que nos transformamos. E essa é a melhor forma de transformar o mundo. Por isso, escute o que já foi dito e, Tente Outra Vez...

Paz e Luz pra você aí do outro lado... =)


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