[RESENHA - HQ] BATMAN: A PIADA MORTAL, de ALAN MOORE e BRIAN BOLLAND

Ano de Lançamento: 1988
Editora: DC Comics
Páginas: 79
Nota: 5/5




"Só é preciso um dia ruim

pra reduzir o mais são dos homens

a um lunático"




Super heróis sempre tiveram um lugar de destaque na cultura pop. Desde crianças sonhamos em ser algum herói quando crescer. Após a avalanche de adaptações cinematográficas de HQs, é difícil conhecer alguém que não tenha, ao menos, um vago conhecimento sobre algum super herói.

Mas, o que seria dos grandes heróis sem os grandes vilões? Pensando nisso, nos vilões que Alan Moore e Brian Bollan conceberam uma das melhores HQs sobre a origem do Coringa.

Nesta Hq vemos o passado do Coringa onde, em um dia, ele passa de um comediante fracassado, á viúvo de uma mulher grávida e acaba sofrendo um acidente químico que deixam suas feições como a conhecemos. Ou seja, passa de um cara normal a personificação da loucura. Em um dia.

Mas, a história não se restringe a contar a história da origem do Coringa. Nela também temos a história do tempo presente (1988). Neste tempo, Batman percebe que ele e Coringa, que o embate entre ambos só ira terminar com à morte de um dos dois. Com essa ideia que o homem morcego vai até onde Coringa está preso, o Asilo Arkhan pra acertar as diferenças e por um ponto nisso. Pra surpresa de Batman, Coringa havia fugido.

Após fugir, Coringa vai até a casa do comissário Gordon, baleia sua filha, Bárbara Gordon, a futuro oráculo, deixando-a paraplégica e sequestra o comissário. O intuito do Coringa é mostrar que assim como ele, qualquer pessoa pode se render a loucura em apenas um dia. Só é preciso que eventos extremamente ruins ocorram. E ele faz com que o dia do comissário seja inesquecível.

Com direito a fotos de Bárbara Gordon em situações (não vou dizer como, mas se quiserem saber leia a HQ e tirem suas próprias conclusões), Coringa usa todo seu intelecto para comprovar sua teoria.

Uma HQ perfeita. Cheia de violência, humor negro e roteiro impecável. A arte de Brian Bolland reforça a loucura de Coringa. Por ser curta, nada na história é descartável. Cada diálogo, cada quadro tem seu motivo.
Narrada em flashbacks, a leitura é fluída e agradável. É indispensável para os fãs do universo do Homem Morcego.

Além de tudo isso, a HQ aborda a questão do quanto somos reflexo das nossas tragédias. Se por um lado Coringa não suportou seus infortúnios e descambou para loucura, Batman, na outra ponta, também o faz. Com a diferença que usa suas habilidades para um fim e, o outro, para o oposto deste (vale lembrar que o Coringa é fruto direto das ações do Batman).

E será que Gordon sucumbe as catástrofes de um dia trágico?

HQ perfeita com um final excepcional. Alan Moore, mais uma vez, nos brinda com sua genialidade.

Boa leitura.   


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