[RESENHA] O Talismã, de Peter Straub
e Stephen King

Ano de lançamento: 1984
Editora: Objetiva
Páginas: 505
Nota: 5/5


"Os bons pássaros podem voar;

os maus meninos devem morrer.

Esta é sua última chance: volte para casa!"
(pág. 380)

"Vá então, há outros mundos além desse"
(O Pistoleiro)

Jack Sawyer, um garoto de doze anos, precisa viajar até o oeste dos Estados Unidos pra encontrar algo chamado Talismã. Este artefato, pode salvar a vida da mãe de Jack que está morrendo. Mas ele desconfia que algo maior que isso esteja em jogo e que pode ser decisivo para o destino do universo.

Durante sua jornada, Jack acaba descobrindo que seus sonhos de olhos abertos eram reais e que realmente, existe outro lugar além da realidade que ele vive: os Territórios. E, viajando entre os EUA e os Territórios, Jack vai passar aventuras que deixariam qualquer adulto em uma catatonia dilacerante.

Talvez, no espectro de livros que já li, Jack seja o personagem infantil mais corajoso, leal e apaixonante que encontrei. É difícil, após o final do livro, acreditar que a odisseia de Jack acabou. Foram inúmeras situações em que imaginei-me ajudando ele, o consolando ou, apenas rindo junto. Jack, é daqueles personagens que fazem a gente querer ser melhor e mais corajoso. É daqueles que te mostram que se temos um propósito, temos de seguir em frente, independente dos nossos medos.

[CRÍTICA] filme, CONTA COMIGO

Nessa obra prima - baseada em um conto de Stephen King - vemos como as amizades da infância irão seguir conosco pelo resto de nossos dias. 



Dizer que Stephen King é o  mestre do terror é algo comum. A mente que criou ícones do gênero como It, O Cemitério e O Iluminado consegue conceber histórias que assustam muitos marmanjos por aí. Mas, às vezes, o medo presente nas obras do autor não é algo tão implícito. No filme Conta Comigo, baseado no conto Outono da Inocência: O Corpo – presente na coletânea As Quatro Estações, King nos mostra uma jornada de aprendizagem, amizade e, de forma sutil o medo da perca da inocência.

Vale ressaltar que a história tem um cunho biográfico forte. King, quando tinha doze anos, passeava por áreas de reservas florestais do estado americano do Maine quando encontrou o corpo de um rapaz que havia desaparecido há algum tempo. A exemplo de um dos personagens do conto, também perdera um irmão num acidente e tornou-se escritor na vida adulta.  King pegou suas lembranças, mesclou com sua mente prodigiosa e nos entregou esta obra prima. Mas, deixemos King de lado e concentremo-nos no filme.

[RESENHA] Dragão Vermelho, de Thomas Harris

Ano  de lançamento: 1983
Editora: Record
Páginas: 348
Nota: 4/5

 " [...] você não se sentiu tão mal porque 

mata-lo foi bom? [...] não se preocupe.

Porque não achar bom? Deve parecer bom a Deus:

Ele faz isso o tempo todo,

não somos feitos à Sua imagem?"
(pág. 298)


Embalado pela leitura do ótimo "O Silêncio dos Inocentes", comecei a ler Dragão Vermelho com a ideia de que a presença de Hannibal Lecter fosse tão forte quanto na sua continuação. Nada disso. Apesar de ter uma importância cabal no desenrolar da história, Hannibal pouco aparece. Sei lá, mas talvez o autor ainda não havia desenvolvido totalmente o personagem. Mas acreditem, essa presença coadjuvante de Lecter foi ótima ficando em Dolaryde o lado sombrio da trama.

Neste romance policial, vemos Will Grahan, um agente aposentado do FBI sendo reintegrado as suas tarefas, a pedido de Jack Crowford para que ele, Will, possa usar de seu talento quase sobrenatural para encontrar um serial killer (Will havia abandonado os serviços depois de quase falecer prendendo, adivinhem, Lecter), que escolhe suas vítimas com as seguintes características: familia formada por um casal, dois filhos e um bicho de estimação. Vale ressaltar que as mulheres são extremamente atraentes.  

Meus cachorros ensinando-me...
...a seguir adiante

Talvez, a lição mais importante que tive com minha vivência, salientada por Junior, Einstein, João Bolt e Xicó, é que independente do que nos aconteça em vida - ou após ela - é importante seguir adiante. Por nós, pelos nossos pares e por aqueles que já se foram.


Quando tinha onze anos, nós tínhamos um cachorro vira-lata que atendia pela alcunha de Junior. Não me culpem. Quem batizou ele não fui eu pois não tinha voz ativa no seio familiar naquela época (mais ou menos como acontece hoje). Junior era um típico vira-lata: pelo curto de cor branca com manchas marrons espalhadas pelo corpo. De porte médio, era um cachorro que não nos dava trabalho. Normalmente, só latia nos horários de almoço e janta, quando sabia que dali a pouco, iria receber suas refeições. Quando era "criança", acostumei o danado a pular em mim e nas outras pessoas, hábito este que manteve durante o resto da sua vida.


Um belo dia, estava chegando em casa da escola. Costumava desviar da rampa que dava acesso a calçada de casa porque Junior ficava ali, só no aguardo de alguém chegar pra se jogar em cima do pobre transeunte. Neste dia, observei que o danado não estava lá. Perguntei pra minha mãe onde ele estava e ela me informou que ele arrebentou a corrente e fugiu. Não fiquei muito preocupado. O danado vivia fazendo isso e quando o horário da sua "'janta" chegava, ele vinha todo faceiro balançando o rabo e latindo, pedindo sua refeição. Mas naquele dia, não. Quando deu por volta das 22 horas, insisti com minha mãe para sairmos e procurarmos. Andamos nos quarteirões próximos e não achamos nada. Fui dormir triste, mas com esperanças de que o cachorro voltasse.

TOP 10: OS DEZ MELHORES LIVROS DE 2015





Hoje, meus intrépidos leitores, gostaria de vos apresentar os dez livros que eu julguei, serem os melhores que eu li durante o ano. Não foi uma tarefa das mais fáceis. Apesar de não ter lido tanto quanto gostaria, consegui fechar 2015 com 53 leituras concluídas - minha meta inicial eram 60 livros.

Mas, independente da quantidade, este ano li muito livros bons, descobri alguns autores e outros, finalmente me dignifiquei a ler. Não por acaso que os três primeiros são autores, até então, inéditos pra mim.

[RESENHA] O SILÊNCIO DOS INOCENTES, de THOMAS HARRIS

Ano de lançamento: 1988
Editora: Record
Páginas: 318
Nota: 5/5
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"...Vocês trocaram o bem e o mal pelo

behaviorismo. [...] Nada mais é culpa de ninguém.

Olhe para mim, policial Starling. Você pode afirmar

que eu sou... mal? Por que ele arranca a pele

 das mulheres? Eu sou mal, policial Starling?"
(pág. 30)


Quando pensamos em serial-killers dentro da literatura, é quase inevitável que o pensamento nos remeta a Hannibal Lecter:   psiquiatra, serial-killer, canibal. Não é sempre que a literatura consegue tornar um personagem tão marcante, principalmente se tratando de um vilão. Esta não é a primeira vez que somos apresentados a Hannibal. Já havia aparecido antes no livro Dragão Vermelho, do mesmo autor. Mas, em grande parte, pelo sucesso do filme e, principalmente, pela fantástica interpretação de Anthony Hopkins na adaptação cinematográfica de 1991, Hannibal talvez seja o vilão mais famoso da literatura.

Mas o livro não se resume as artimanhas do dr. Temos também uma personagem feminina forte, decidida, inteligente, que apesar de seus medos, consegue dar cabo de sua missão e cativar o público: Clarice Starling.

[RESENHA] CORAÇÃO SATÂNICO, de WILLIAM HJORTSBERG

Ano de lançamento: 1978
Editora: Best Seller
Páginas: 244
Nota: 5/5



"-(...) Johnny carregava um crânio na mala.

- Um crânio humano?

- Sim, foi de um ser humano, se é o que quer saber.

- Segundo Johnny, de um homem que matara

dez pessoas, por isso lhe trazia poder."


Coração Satânico é um dos melhores romances policias que já tive o prazer de ler. Uma trama bem construída e amarrada onde o sobrenatural está presente. Os toques místicos na obra vem aparecendo no decorrer da narrativa e vão aumentando conforme as páginas vão chegando ao fim culminando num final surpreendente. Recheado de referencias ao mundo do Jazz, é um livro que, escrito na década de 70, trás reflexões sobre nossos tempos.

A história começa com um detetive particular, Henry Angel sendo contratado por um homem misterioso, Louis Cyphre, para encontrar o paradeiro de um músico que muitos já haviam dado como morto, Johnny Favorite. Durante suas buscas, Angel descobre que há muita coisa sobre Favorite que poucos pessoas sabiam: envolvimento com Vodu e Magia Negra.

A SIMPLES MUDANÇA NO CALENDÁRIO


A mudança no calendário como um fator mágico que pode nos  tornar seres melhores do somos e, acima de tudo, mais gentis.


2015 passou. Não sei se é só comigo, mas é impressionante como uma mudança no calendário faz uma profusão de sentimentos virem à tona. É algo quase inexplicável: continuamos os mesmos, nos mesmos empregos, mesmos amigos, mesma casa, enfim, mesma vida (salvo algumas exceções). Ainda assim, parece que uma nova aurora brilha no horizonte iluminando nossa mente e coração fazendo com que idéias, planos e objetivos que não foram alcançados no ano que se passou serão facilmente alcançados. Tudo isso com uma simples mudança no calendário.

Olho em retrospecto e é impossível não sentir saudade do ano que ficou pra trás. Foram muitas alegrias, emoções, uma gama de sentimentos bons que recebi e devolvi para os outros. A alegria e o amor que pude presenciar me fazem acreditar que o ser humano pode ser melhor do que realmente é. Mas, também, coisas ruins aconteceram. Não preciso nem citar o cenário político nacional ou as guerras, os refugiados na Europa. Digo, coisas ao meu redor, coisas que eu poderia ter feito pra ajudar alguém e, por conseguinte, ajudar-me. Às vezes, uma palavra ou apenas escutar já seria suficiente. Entretanto, tem horas que só vemos o caminho correto quando já passamos por ele e só vemos sua poeira pelo retrovisor.