[CRÍTICA] filme, Frances Ha

É impossível não se sentir uma pessoa um pouco melhor após assistir os 86 minutos desta história. Pautado em uma ideia que soa repetida, Frances Ha consegue se distanciar dos filmes homólogos com um roteiro elegante, uma direção acurada e  uma história de vida inspiradora
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Nota: ★★★★

A personagem título, Frances Ha, uma jovem que trabalha em uma companhia de dança como assistente pois não possui talento suficiente para fazer parte da elite da companhia, divide um apartamento com sua melhor amiga onde ambas vivem uma vida que quase se confundem: tem ideias parecidas sobre o mundo, dormem na mesma cama (Frances costuma afirmar que “somos como duas lésbicas casadas há muito tempo, que não fazem mais sexo”), não deixam ninguém interferir em suas vidas – principalmente homens – e não sabem muito bem o que fazer da vida.

Às coisas mudam quando a amiga de Frances decide se mudar para um outro imóvel com outra amiga. Daí em diante vemos como Frances, uma mulher de 27  anos mas que mais parece uma adolescente se comporta ante os dissabores da vida.

Filmado em preto e branco, o filme, num primeiro momento, parece querer usar deste artificio para evocar uma áurea de cool, porém, toda sua trama e diálogos não deixam que essa pretensão soe vazia trazendo uma história bela e divertida para esta fotografia. A cena em que ela corre feliz e dançante pelas ruas de Nova York ao som de “Modern Love” de David Bowie porque recebeu uma notícia positiva sintetizam toda essa beleza em película. E o principal motivo disso é a personagem central.

Frances (interpretada de forma excepcional por Greta Gerwig que também assina o roteiro), que parece meio maluquinha e por vezes toma atitudes impensadas, vive em uma espécie de sonho continuo: ser uma grande dançarina, conhecer o mundo, viver eternamente ao lado da amiga são suas motivações. Quando tudo isso desmorona, ela se vê diante de novos desafios mas sem perder a leveza quase inocente de antes. Ver que os tropeços de Frances nunca conseguem tirar sua alegria e júbilo ante as pequenas dádivas da vida, servem de estímulos para todos nós que por vezes deixamos de enxergar que, às vezes, nem tudo está perdido. E é encarando esses obstáculos que ela acaba encontrando seu lugar no mundo sem mudar o seu eu.

Frances Ha é daqueles filmes para se assistir de tempos em tempos e ver que na vida, nem sempre o que a gente quer da certo e é preciso procurar novos rumos. Isso sem perder os sorriso no rosto.


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Frances Ha (Frances Ha, EUA, 2012)
Gênero: comédia, drama
Roteiro: Noah Baumbach, Greta Gerwig
Direção: Noah Baumbach
Duração: 86 min. 

[RESENHA] Eu Estou Vivo e Vocês Estão Mortos - A vida de Philip K. Dick, de Emmanuel Carrère

Antes de ler, saiba que esta resenha estará recheada de Spoliers. Leia por sua conta e risco...
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Este que vos escreve confessa que gosta muito de biografias. Sim, sou daqueles futriqueiros que gosta de saber a vida dos artistas. Nesta levada, já li a biografia Charles Manson, Kurt Coubain, Paulo Coelho, Olga Benário, do Pink Floyd, só pra citar algumas. Mas, confesso, que o que mais me impulsiona ao ler biografias é descobrir como é o individuo por trás do astro. Quais são seus paradigmas, ideias, enfim, tudo que ocasionalmente reflete no processo criativo do biografado em questão. E, parece-me até, lendo a história de vida de muitos artistas, que há uma correlação direta entre genialidade – melhor, criatividade – e loucura. Porém, nem nas minhas melhores conjecturas poderia imaginar o que iria ler na história de vida deste individuo chamado Philip K. Dick.


Philip K. Dick, se você não sabe quem é, foi um escritor de ficção cientifica responsável por escrever livros que viraram filmes marcantes: Blade Runner, Minority Report, Vingador do Futuro, dentre outros. Sim, aqui no Brasil o autor não é muito conhecido apesar de suas obras serem fantásticas, ricas e, talvez, terem um pé na realidade – mais sobre isso adiante. E isso também se refletiu em sua carreira pois, o autor só conseguiu viver tranquilo com os ganhos de suas obras já perto do final da vida apesar de ter escrito muita coisa.

Mas calma aí, estou atropelando tudo. Vamos para o inicio.

E Estou Vivo e Vocês Estão Mortos”, biografia escrita pelo francês Emmanuel Carrère, trata desde o nascimento de Dick, que logo em seus primeiros dias já foi abatido por uma tragédia, a morte de sua gêmea Jane, que terá um impressão acachapante no futuro de Dick,   até seu derradeiro momento. É interessante notar como Carrère pesquisou fontes, conversou com pessoas e em muitos momentos meio que romanceou sua biografia. Pode parecer meio confuso já que estamos tratando de uma biografia, mas não é. O trabalho de Carrère é muito bem feito e escrito de tal forma que te impede de largar a leitura. Vale ressaltar que este magnetismo ante ao livro não se deve somente a escrita do autor, mas também e principalmente a vida de Dick.

Gênio, louco ou iluminado? Está pergunta que ficará batendo em sua mente ao final desta biografia. Que Philip K. Dick era doidaço não há dúvidas, mas muitos naquela época eram. Estamos falando de meados do séc. passado onde o consumo de LSD e outros alucinógenos que visavam expandir a consciência, eram vistos como parte da rebeldia da juventude. Lembrem-se da icônica música dos Beatles: “Lucy in the skys with diamonds...”. porém Dick foi mais além.

"...pessoas dizem se lembrar de vidas passadas.
Eu digo que recordo de uma diferente,
muito diferente vida presente. "
 
  
A grande maioria dos seus livros lidam com seres que vivem em mundos que não são reais, espécies de simulacros ou realidades inventadas. São prisioneiros dessas falsas realidades e precisam descobrir uma forma de se libertar. Pois bem. Em determinado momento de sua vida, Dick começou a crer piamente que as bases de seus livros – a ideia de um mundo simulado – era na verdade real, que ele era um profeta tal qual João Batista e que seus livros nem eram de fato criações suas e sim, eram ditados por um ser divino. Louco, não?

De forma resumida: Philip K. Dick acreditava que vivíamos em uma Matrix gerada por realidade virtual tal qual o filme das Wachowski fez com Neo e seu bando no filme de 1999.

Não bastasse isso, Philip vivia com manias de conspiração de que estava sendo vigiado pela CIA e o FBI. Lógico que as pessoas à sua volta o tratavam por louco, porém, as coisas começam a adquirir uma tonalidade cinza quando muitas das ideias loucas de Dick começam a se concretizar. Só pra citar uma que talvez seja a mais intrigante:


ZONA DE EXPOILER ULTIMATE


                                                                                                                      Dick, através de uma visão, descobre qual a doença que seu filho tem – que os médicos não conseguiam diagnosticar – e salva seu descendente. Isto eleva as certeza de Dick e, até seu último suspiro, estava crente em tudo isso que declarava.

“ao ouvir um música dos beatles, "living is easy with yous eyes closed" uma luz branca o ofuscou e soube que seu filho estava com a hérnia inguinal direita encarcerado e precisava ser operado já...”  
Bem, mas não pense você que o Carrère foque somente nesta parte de Philip. Ele também aborda outros tópicos como o abuso de drogas, os vários relacionamentos e uma infinidade de coisas. Inclusive os livros do autor e aí esteja, talvez, o ponto fraco da obra. Na ânsia de discorrer o processo de criação dos livros de Dick, o autor acaba soltando vários spoilesr sem alertar previamente o leitor. Quem se incomoda com isso terá várias surpresas negativas.

Eu Estou Vivo e Vocês Estão Mortos, frase extraída de um dos romances de Dick e proferida por ele em uma conferência de ficção cientifica na França em 1977, é um belo retrato de um homem que viveu de forma ímpar seus dias aqui neste plano, foi taxado de maluco e deixou uma extensa obra. Quem sabe não o encontramos por aí, em outras realidades...   



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Eu estou vivo e vocês estão mortos (Je suis vivan et vous êtes morts, 1993)
Páginas: 360
Autor:  Emmanuel Carrère
Editora: Aleph
Comprar: AMAZON


[CRÍTICA] filme, Projeto Flórida

Projeto Flórida explora um lado triste da realidade americana sobre a ótica de uma criança que, mesmo em dificuldades, mantém-se assim: criança.
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Nos primeiros minutos do filme Projeto Flórida, quando acompanhamos Moonee (Brooklynn Price), uma garotinha de 6 anos, junto com seus amigos cuspindo no para brisas de um carro, notamos que o diretor está ali pra mostrar a realidade de um grupo às margens da riqueza sob a perspectiva dos pequeninos. A câmera que está quase sempre na altura dos olhos de Moonee e sua trupe nos submergem neste mundo sob  ótica deles. Isto serve, também, para observarmos as coisas com um olhar quase  infantilizado, porém, no decorrer do longa o diretor mostra que tem muita seriedade sendo tratada ali.


Em uma entrevista sobre seu filme anterior, Tangerine, filmado com a câmera de um iPhone, o diretor Sean Barker  declarou : “há algo sobre áreas caóticas que me intrigam”. Caótico! Talvez seja  este o termo que melhor sintetiza a história dirigida pelo diretor que tem atração por um lado da realidade que ninguém vê e, no caso em questão, ele trata de famílias que vivem em hotéis baratos em Orlando e no meio deste turbilhão acompanhamos a pequena Moonee curtindo suas férias de verão.

Morando no hotel curiosamente chamado de Magic Kingdom – mesmo nome de uma atração da Disneyland, acompanhamos Moonee e suas travessuras com seus colegas enquanto sua mãe, Halley (Bria Vinaite), relapsa e sem saber o que fazer da vida, não deixa de dar carinho a filha e o que ela acredita ser uma boa educação mesmo ela não sabendo muio bem o que fazer com sua própria vida. Pra tentar por ordem no lugar, que conta com outros desafortunados, há o gerente Bobby (William Dafoe), que parece durão mas que faz de tudo pra manter as coisas no lugar, nunca julgando ninguém e servindo até como uma espécie de guardião dos pequeninos.

Esta realidade, de pessoas vivendo com tão pouco ao lado de um dos maiores centros turísticos e idealizados do mundo (há até uma cena interessante envolvendo o deslumbre que nós brasileiros temos pela Disney), vai sendo nos apresentada aos poucos de forma dura, sem maquiagem e atenuantes. E sempre sobre a perspectiva de Moonee. Às cenas com ela na banheira são mostra disso pois só sabemos o que sua mãe está fazendo nestes momentos quando ela, Moonee também descobre. Neste ponto, assim como Moonee, ficamos um pouco sem palavras pois apesar do comportamento irresponsável da mãe outra pergunta vem a à tona: o que mais ela pode fazer? E, após mais uma atitude impensada de Halley, ficamos angustiados pois sabemos que o futuro delas, mãe e filha será alterado de forma radical.

Toda esta construção de situações e personagens passa por uma direção pontual e um roteiro assertivo e que fica maximizado com as interpretações. William Dafoe numa interpretação contida consegue apresentar toda uma gama de sentimentos com o olhar e os trejeitos. Sabemos pouco do seu passado mas seus gestos e feições dão conta de mostrar que apesar de tropeços da vida ele ainda tenta ser alguém decente. Brooklynn Price dá um show na pele de Moonee. Ela rouba toda as cenas com sua presença forte e nos faz torcer ainda mais para que tudo dê certo para ela e sua mãe. Ainda por cima, esta escolha do diretor de maximizar o olhar infantil faz com que os pequenos momentos de felicidade - como uma aniversário celebrado à bordas dos fogos de artifício da  Disney - sejam vistos quase como mágicos. A cena final – voltaremos à ela mais tarde – com Moonee e sua amiga é quase impossível não chorar. Esta garota promete.

Projeto Flórida, que também foi o nome que Walt Disney deu ao seu sonhado parque é um retrato de um mundo dos desvalidos que só tem eles mesmos com quem contar e, ver como as crianças encaram este mundo, sobre a perspectiva de um diretor que gosta do caótico, é ver que no fim das contas, elas continuam sendo isso, crianças. Isso fica bem observado na cena final quando Moonee, num desfecho inevitável da sua situação, corre até sua amiga e, juntas, decidem dar um rumo diferente as coisas que só é possível vivendo no Magic Kindon (reino mágico) das crianças.  

Nota: ★★★★

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Projeto Flórida (The Florida Project, EUA, 2017)

Gênero: Drama

Roteiro: Sean Barker
Direção: Sean Barker, Chris Bergoch
Duração: 115 min.

[CRÍTICA] filme, Jogo Perigoso

Suspense da Netflix explora as verdades ocultas de um casal que decide passar um fim de semana amoroso que acaba não dando muito certo. A obra é mais uma adaptação de uma obra de Stephen King
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2017 foi um ano feliz para os fãs de Stephen King. Desde 1976 quando “Carrie, a Estranha”, seu primeiro romance, fora adaptado para as telonas, os trabalhos do autor foram incansavelmente transportados para esta outra mídia. Claro, nem sempre o resultado foi o dos melhores. Não é o caso de Jogo Perigoso.

Jogo Perigoso (Gerald’s Game), é mais uma das apostas da Netflix em usar como material base uma das obras do autor. Seguindo muito do material original e acertando nas mudanças, Jogo Perigoso é um retrato bem elaborado das prisões que nossa própria mente cria e de como pode ser doloroso, literalmente, romper essas barreiras.

O filme se inicia com o casal Jessie, (Carla Gugino) e Gerald (Bruce Greenwood) indo passar um final de semana em uma casa isolada na ânsia de reascender a chama do casamento. Gerald tem a ideia de incluir uns jogos sexuais no fim de semana romântico e algema Jessie. Porém, Gerald acaba morrendo deixando Jessie algemada. Para escapar desta situação, Jessie terá de usar todo seu espectro imaginativo e reviver memórias dolorosas para escapar.

Dirigido por Mike Flanagan (Hush – A Morte Ouve), o filme se passa quase que completamente em um quarto. A narrativa é cadenciada. O inicio do filme é lento mas não enfadonho. As cenas onde o casal está interagindo pautada por diálogos reveladores a respeito do caráter de Gerald, mostram o tom que a narrativa irá seguir. A fotografia com um tom em sépia mas que não abusa de outros filtros, ajuda a criar o ambiente claustrofóbico e opressivo que o diretor quis passar. Depois de alguns minutos, é possível sentir que o medo de Jessie não é infundado.

Por falar em Jessie, a interpretação de Carla Gugino é que torna tudo verossímil. As expressões da atriz mostram todo sofrimento da personagem que precisará se refugiar dentro da sua mente para escapar dali. É onde as coisas começam a ficar melhor ainda.

Precisando reviver/vencer fantasmas do passado, Jessie “cria” personagens que podem lhe ajudar ou impedir que consiga fugir das algemas. Destaque para uma determinada lembrança de Jessie de quando ela era criança e assiste ao eclipse. O dialogo entre ela e seu pai chega a dar nó no estomago e pode se dizer que aquele evento moldou todas as escolhas de Jessie.

O toque sobrenatural do filme fica por conta de uma figura misteriosa que aparece na penumbra mas que, na verdade, só saberemos sua real identidade ao final do filme. Há uma trecho no final do filme onde alguém diz uma frase a esta figura possivelmente sobrenatural que sintetiza a verdadeira catarse de vencer uma prisão mental.


Jogo Perigoso é um filme de suspense que consegue entreter e surpreender. Mais umas das apostas originais da Netflix que sabem usar o matéria de Stephen King de forma certeira. Nós fãs agradecemos.


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Jogo Perigos (Gerald’s Game, EUA, 2017)
Gênero: Suspense
Roteiro: Jeff Howard, Mike Flanagan (adaptação do livro homônimo de Stephen King)
Direção: Mike Flnagn
Duração: 103 min.

[Top 10] As Melhores Leituras de 2017




Olá pessoas!!!

Como vem acontecendo ano após ano, venho diminuindo a quantidade de livros que venho lendo. E isso não é nenhum problema. Ler unicamente em prol da quantidade não interessante. Independente da quantidade de livros lidos – um ou cem – o importante é a viagem que a leitura nos proporciona e o quanto nos fascinamos, pensamos, aprendemos e mudamos após cada leitura...

Neste ano li 26 livros. Destes, escolho e apresento-vos os dez que achei os melhores – lembrem-se, é só minha opinião. É difícil escolher os melhores. Alguns que ficaram de fora, se fizesse a lista daqui um ou dois meses, poderiam entrar na lista. Porém, os cinco primeiros sem sombra de dúvidas estariam...


Claro que meus gostos se sobressaem mas alguns autores inéditos pra mim aparecem por aqui e é bom descobrir coisas novas. Antes de apresentar os melhores deste ano, que vale ressaltar, não são livros lançados em 2017 mas sim que eu li em 2017, deixo abaixo os links dos melhores dos anos anteriores...


Bem chega de lenga-lenga e vamos lá.


10 Andróides sonham com ovelhas elétricas?, de Philip K.Dick
Livro que que serviu de base para o clássico de Ridley Scott de 1982, Blade Runner. É uma ficção cientifica onde a ideia do que nos faz humanos é explorada. Nele, acompanhamos o agente Deckard caçando androides (replicantes) que procuram um meio de prolongar sua existência. Um ótimo suspense, com roteiro que prende atenção e com um debate filosófico bem interessante. Merece o décimo lugar nesta lista – RESENHA COMPLETA  AQUI


09 Livros de Sangue: Vol I, de Clive Barker
Um dos maiores nomes dentro da literatura de terror não poderia ficar de fora. Neste livro de contos, somos apresentados há um mundo onde o sombrio, o gore, o fantástico e, principalmente o medo estão presentes. Adentrar no Universo de Barker é ter certeza de sustos e surpresas. Desde que li o fantástico "O Desfiladeiro do Medo" alcei o autor ao Olimpo do Terror. Os contos aqui são todos surpreendentes. Destaco "O Yattering de Jack", um conto pautado no humor negro que é de uma originalidade incrível – RESENHA COMPLETA AQUI


08 Do Inferno de Alan Moore e Eddie Campbell
Até hoje a identidade de Jack O Estripador continua sendo um mistério. Talvez por isso este serial killer seja uma figura que volta e meia permeia o universo pop. Nesta Graphic Novel, o bruxo Alan Moore não só propõe quem seria o autor destes crimes como também detalha os motivos para toda aquela brutalidade. Envolto em  conspiração e uma dose de metafisica acompanhamos a história dos crimes com um pano de fundo de uma Inglaterra Vitoriana em decadência. – RESENHA COMPLETA AQUI



07 História da sua Vida e Outros Contos de Ted Chiang
Mais um livro de contos por aqui. Ted Chiang só ficou conhecido do grande público graças ao filme A Chegada, adaptação cinematográfica de um de seus contos. O que seria uma injustiça com este autor que surfa por várias áreas do conhecimento: religião, ciência, filosofia... Seus contos são ricos em detalhes e sempre nos fazem pensar sobre algo de forma mais profunda. Não à toa que Ted Chiang, apesar de poucas obras, já recebeu os prêmios mais importantes da categoria – RESENHA COMPLETA AQUI


06 O Evangelho Segundo Jesus Cristo de José Saramago
Único Nobel de Literatura em idioma português, Saramago é um verdadeiro gênio. Aqui, ele faz um retrato humanizado e terreno do personagem mais conhecido da história, Jesus Cristo. Seu nascimento, medos, incertezas, milagres e alguns temas mais polêmicos são vistos sobre o ponto do escritor que nunca escondeu ser ateu. Com a escrita única do português, este livro é uma verdadeira maravilha.



05 Vozes de Tchernóbil de Svetlana Alekisiévitch
Livro que relata o maior desastre nuclear da história, a explosão dos reatores da Usina nuclear de Tchernóbil, sobre o ponto de vista das vítimas. Aqui, a autora, que também foi laureada com o Nobel de Literatura, silencia sua voz para dar lugar aos que sofreram e ainda sofrem o peso da radiação, da incerteza, do preconceito e da ignorância. É impossível chegar ao fim do livro e não se emocionar com os relatos de cada sobrevivente – RESENHA COMPLETA AQUI



04 Servidão Humana de William Somerset Maugahm
Há um adaptação cinematográfica que não faz jus a esta obra. O livro narra a história de crescimento, amadurecimento, abismo e redenção de Phillip Carey. O autor consegue imprimir, através de sua escrita, uma imersão na leitura que poucas vezes presenciei na literatura. De quebra o autor usa os anseios do personagem pra discutir religião, filosofia, arte e até que ponto somos nossos próprios algozes. Este é daqueles livros que ficam com você após a leitura RESENHA COMPLETA AQUI



 03 It – A Coisa de Stephen King
Como já virou habito, tio King dá as caras por aqui. Neste calhamaço de mais de mil páginas, vemos como um grupo de garotos se une pra tentar acabar com o império de morte e medo do palhaço Penywise. Porém, o livro vai além de uma palhaço assassino: é uma montanha russa de emoções pautada na amizade e companheirismo dos nossos pequeninos. Lágrimas, risos, sustos... Aqui, você encontra tudo isso e mais além. "Pode apostar seu couro nisso" (RESENHA COMPLETA AQUI)


02 O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas
Nossa segunda posição é um dos livros mais divertidos e instigantes que já li. Alexandre Dumas, um dos autores mais conhecidos da história (autor de "Os Três Mosqueteiros"), cria um universo onde a palavra que move as engrenagens é a vendeta. Aqui, acompanhamos a saga de vingança de Edmond Dantès que após ser enganado em uma conspiração envolvendo até o imperado Napoleão Bonaparte, volta após vinte anos pra destruir a vida de seus algozes. Uma escrita fluída e instigante que fazem as mais de mil e seiscentas páginas serem devoradas num piscar de olhos Era meu favorito do ano até que li...  (RESENHA COMPLETA) AQUI 


01 1984 de George Orwell
“Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força”.
Os outros livros até que me paira uma dúvida se estão nas posições corretas. Não este. 1984, apesar de se tratar de uma distopia, o livro assusta porque vemos um pouco de nossa realidade refletida nele: governos opressores, o medo como forma de dominação, ideologias capengas e, o principal, a apatia do povo. Acompanhar a saga de Winston Smith é ver como somos manipuláveis e deixamos nos agradar por tão pouco. De quebra, o autor cria ideias e conceitos que hoje fazem parte da nossa vida: "duplipensamento"; "quem controla o passado controla o futuro"; e a que mais ecoa nos dias de hoje, “o Grande irmão – Big Brother – está de olho em você”. 1984 é um alerta para o futuro. Sobre como nós, sociedade, temos a obrigação de lutar por um mundo melhor e nunca, jamais, deixar que o medo e a apatia sejam o que nos define. Por isso, e tantos outros motivos Mil Novecentos e Oitenta e Quatro merece o lugar mais alto neste pódio RESENHA COMPLETA AQUI

É isso aí pessoal. Espero que vocês tenham tidoeituras gratificantes em 2017 e que 2018 seja tão rico e estórias e histórias como foi pra mim este ano que passou.

Falous...