[POEMA] Humano, Demasiado Humano


A sombra pairou sobre o muro das incertezas
Escureceu a ideia de dúvida e tudo ficou claro
Antes nodoso, o pensamento inundou-se de clarezas
Nada sobrou além do real imaginário.

Depois disso, o hesitante pensamento ficou convicto
Sentenças foram decididas antes da apuração
A pura ação dos juízes aflitos
Alegrou corações em exaltação.

Agora, o todo perdeu o relativismo
Pois o ativismo em prol da causa
Era a ferramenta que pulsava o dinamismo
Num desanimo crescente e sem pausa.

Poucas foram as vozes da parcimônia
Todos queriam angariar reações
Que assim, sem cerimonias
Acabaram causando mais divisões

O Mito, o Filho do Brasil, a Querida o "Muleque"
Mesmo com várias opções após aberto o leque,
Era difícil enxergar alguém que não fosse glorificado
Pra logo em seguida ser posto em xeque.

E assim seguiu a nação que claudicava
Enquanto todos tinham razão sempre havia alguém errado
Ainda que a melhor ação fosse esquecer uma ideia que prejudicava
Trilhava-se o caminho da obsessão pelo agente partidário

Palavras erradas ou mal ditas.
Malditas as ideias que saiam dessas mentes.
Que não viam que nessas partidas
Eram elas mesmas que sempre que tinha algo pendente.

Deixavam-se enganar pelo assassino venenoso
E ainda que o espectro mostre a traição
Preferem acreditar que o guru é bondoso
E pelo incesto escorre o futuro da nação.

Quem sabe um dia, aprendemos a ser gente
Pra por nos eixos essa caravela a deriva
E não esperar pelo intendente

Que só quer saber do tesouro na mala sempre presente. 


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