No meio de PETs, papelão, e garrafas vazias, ele procurava sonhos perdidos
Entre lixos, papelão e garrafas vazias, ele procurava.
Mas não procurava materiais reaproveitáveis que tivessem algum valor de venda. Acima de tudo, ele procurava sonhos. Sonhos perdidos, abandonados, deixados de lado. E sonhos assim, são mais comuns que se pode imaginar. Sonhos são mais descartáveis que copinhos de plástico. São muitos os porquês e predicados: falta de tempo, família, idade... Tudo isso é sempre um bom motivo. Claro, por vezes, é somente um subterfúgio, quase axiomático.
Mas, ainda assim, entre lixos, papelão e garrafas vazias, ele procurava algum sonho que no meio de toda basura pudesse ser reciclado.
Em suas procuras ele já encontrou artesãos, músicos, bailarinos. Tantos materiais que poderiam ser reciclados mas que acabaram, prematuramente, numa lata de lixo e hoje jazem esquecidos.
Por vezes, ele se questiona se não seria por isso – essa mania do ser humano de jogar fora seus sonhos – que há tanta melancolia por aí. Todo esse desequilíbrio na ordem natural das coisas (pensava ele no momento que encontra uma bailarina no meio de papeis velhos) deve ser um sintoma de que as pessoas se obsolescem muito cedo.
Um dia, ele encontrou dentro de uma bolsa velha, mas ainda usável, uma grande poetisa que, sabe-se lá porque, foi parar ali, onde as coisas não tem mais serventia. Pegou aquela poetisa, tirou ela de toda aquela morbidez e mostrou para a mesma que ali não era seu lugar. Seu lugar era nos palcos do mundo; emocionando as pessoas. E havia muito que ela poderia fazer.
Nem sempre dava certo. As pessoas que jogam seus sonhos na lata de lixo são muito boas em auto convencer-se de suas razões. Mas ainda assim, ele procurava. Sabia que toda vez que um sonho era resgatado do abandono, um sorriso surgia e muitos outros eram multiplicados.
A maioria nem desconfiava de sua verdadeira tarefa. Pensavam que era só mais um no meio da multidão. Mas ele era muito mais que isso. Era alguém que no meio de lixos, papelão e garrafas vazias, procurava por sonhos jogados fora. E, mais dia, menos dia, sempre conseguia achar. No seu carrinho, a esperança era o que tinha mais valor, e ele, no meio daquela sujeira, dava graças por ter sido retirado do lixo que ele mesmo havia se lançado. E agora ajuda outros a sair, pois, entre lixos, papelão e garrafas vazias, ele sempre achava sonhos perdidos.
Mas não procurava materiais reaproveitáveis que tivessem algum valor de venda. Acima de tudo, ele procurava sonhos. Sonhos perdidos, abandonados, deixados de lado. E sonhos assim, são mais comuns que se pode imaginar. Sonhos são mais descartáveis que copinhos de plástico. São muitos os porquês e predicados: falta de tempo, família, idade... Tudo isso é sempre um bom motivo. Claro, por vezes, é somente um subterfúgio, quase axiomático.
Mas, ainda assim, entre lixos, papelão e garrafas vazias, ele procurava algum sonho que no meio de toda basura pudesse ser reciclado.
Em suas procuras ele já encontrou artesãos, músicos, bailarinos. Tantos materiais que poderiam ser reciclados mas que acabaram, prematuramente, numa lata de lixo e hoje jazem esquecidos.
Por vezes, ele se questiona se não seria por isso – essa mania do ser humano de jogar fora seus sonhos – que há tanta melancolia por aí. Todo esse desequilíbrio na ordem natural das coisas (pensava ele no momento que encontra uma bailarina no meio de papeis velhos) deve ser um sintoma de que as pessoas se obsolescem muito cedo.
Um dia, ele encontrou dentro de uma bolsa velha, mas ainda usável, uma grande poetisa que, sabe-se lá porque, foi parar ali, onde as coisas não tem mais serventia. Pegou aquela poetisa, tirou ela de toda aquela morbidez e mostrou para a mesma que ali não era seu lugar. Seu lugar era nos palcos do mundo; emocionando as pessoas. E havia muito que ela poderia fazer.
Nem sempre dava certo. As pessoas que jogam seus sonhos na lata de lixo são muito boas em auto convencer-se de suas razões. Mas ainda assim, ele procurava. Sabia que toda vez que um sonho era resgatado do abandono, um sorriso surgia e muitos outros eram multiplicados.
A maioria nem desconfiava de sua verdadeira tarefa. Pensavam que era só mais um no meio da multidão. Mas ele era muito mais que isso. Era alguém que no meio de lixos, papelão e garrafas vazias, procurava por sonhos jogados fora. E, mais dia, menos dia, sempre conseguia achar. No seu carrinho, a esperança era o que tinha mais valor, e ele, no meio daquela sujeira, dava graças por ter sido retirado do lixo que ele mesmo havia se lançado. E agora ajuda outros a sair, pois, entre lixos, papelão e garrafas vazias, ele sempre achava sonhos perdidos.
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