[RESENHA] Celular, de Stephen King

Ano de lançamento: 2006
Editora: Objetiva
Páginas: 395
Nota: 4/5



"O que Darwin foi educado demais

para dizer, meus amigos, é que dominamos a Terra

[...] porque sempre fomos os mais loucos,

os mais desgraçados homicidas da floresta."


Pensar que hoje seria possível uma vida sem celular é quase como pensar em viver sem contato social. O aparelho deixou de ser apenas um instrumento circunstancial de "contato" para ser uma ferramenta indispensável nas interações sociais - seja trabalho ou lazer. É quase como um novo apêndice de nosso corpo. Stephen King usa essa nossa dependência para ser o que possibilita a extinção da espécie humana - ao menos como nós à conhecemos.

[RESENHA] O Desfiladeiro do Medo, de Clive Barker




Nota: ★★

De forma, meio que constante, tenho por hábito reler alguns livros que achei extremamente bons. O Desfiladeiro do Medo foi o primeiro - e até agora único - livro que li de Clive Barker. Sem sombra de dúvidas, é um dos melhores livros do gênero que li. Tanto o enredo como as descrições são fantásticas. Tão bom que li ele ano retrasado e já reli agora. Chega de delongas e vamos lá.

SINOPSE: O Desfiladeiro do Medo é um livro sem paralelo: uma descrição implacável e irresistível de Hollywood e seus demônios, contada com um estilo cru e o poder narrativo que transformaram os livros e filmes de Clive Barker em fenômenos mundiais.

Hollywood transformou Todd Pickett em um astro. O tempo, porém, está lhe cobrando um preço por isso. Ele não tem mais o rosto perfeito do ano anterior. Após uma cirurgia malfeita, Todd precisa de um lugar onde possa esconder-se durante algum tempo, enquanto as cicatrizes desaparecem. Querendo ser momentaneamente esquecido instala-se em uma mansão no Coldheart Canyon, um recanto da cidade tão secreto, que sequer consta nos mapas.

Tammy Lauper, presidente de seu fã-clube, chega à cidade de Los Angeles decidida a solucionar o mistério do desaparecimento de Todd.

Lá chegando, descobre segredos a respeito do Coldheart Canyon: os espíritos da "Lista A" dos astros e estrelas falecidos de Hollywood que vieram participar de orgias no canyon...

RESENHANDO: Este é um livro que de forma alguma é recomendado pra todos. E não me refiro somente a classificação etária. Clive Barker usa sua imaginação para desfilar do terror ao drama, do suspense ao erotismo. E tudo isso regado a uma reflexão muito grande sobre os valores da nossa sociedade.

Na obra somos apresentados há uma Hollywood gloriosa e nefasta. Astros que – na vida real – somos fãs incondicionais, mas aqui, são pessoas extremamente poderosas, talentosas e podres. A busca implacável pelo sucesso faz com os “astros” fiquem míopes a todo resto focando-se apenas em ser aquele que irá estampar a próxima capa da Vanity Fair.

Sem muitos preâmbulos e rodeios, Clive traz um lado humano e negro das celebridades que parece até difícil de acreditar que possa existir seres assim na vida real. A cisma com uma aparência perfeita, um sorriso angelical e o ar de superioridade faz com os astros – nesta busca Samsarica – almejem estarem sempre entre os mais dos mais.

Saindo um pouco desse lado mais psicológico do livro e voltando a atenção para o lado sobrenatural, as criaturas criadas por Clive nesta obra mostram porque o Mestre do Terror, Stephen King, disse que “Eu vi o futuro do Horror… E seu nome é Clive Barker”.

São seres assombrosos e assombrados que fazem com que o leitor fique com medo de colocar os pés no chão, com medo que um desses seres ignóbeis agarrem seu pé e te puxem para debaixo da cama pra um mundo onde só lágrimas e dor tem espaço. O clima te tensão é permanente e a cada página virada um assombro diferente nos espera.

E o que falar do erotismo. Se você leu 50 Tons de Cinza e achou que em algum ponto as coisas foram muito além, em Desfiladeiro do Medo, Clive Barker vai muito mais fundo. Ele evoca um instinto lascivo que trás sentimentos ambíguos de prazer e repulsa; desejo e negação de uma forma que poucas vezes vi na literatura.

Fantasmas do passado e do presente se juntam no Desfiladeiro do Medo sempre em busca de mais um pouco do “ópio” que eles, enquanto em vida, usavam e desfilavam pelos bastidores e holofotes da fama.

E quando parece que tudo está perdido, que não tem mais volta para quem escolheu este caminho, Clive nos surpreende mais uma vez mostrando que mesmo num lugar assim, é possível se encontrar a redenção.

Livro recomendadíssimo, acima de tudo, pra quem tem estômago e não se choca facilmente.

Boa leitura

O Desfiladeiro do Medo (Coldheart Canyon: A Hollywood Ghost Story, 2001)
Páginas: 700
Autor: Clive Barker
Editora: Bertrand Brasil
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[RESENHA] A Mulher do Viajante no Tempo, de
Audrey Niffenegger

Ano de lançamento: 2003
Editora: Suma de Letras
Páginas: 496
Nota: 5/5
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"É difícil ficar para trás.

Espero Henry, sem saber dele,

me perguntando se está bem.

É duro ser quem fica..."

Recentemente li um livro que usava o tema de viagem no tempo pra discorrer sobre amor (apesar de não ser necessariamente este o mote principal do livro). Mas, após o termino da leitura, fiquei me perguntando como seria viver apaixonado por alguém que veio de tempos ainda não vividos. Que soubesse de tudo. Audrey Niffenegger pegou isso e deu uma perspectiva louca para essa ideia fazendo que nem tudo sejam flores para o viajante temporal, mas, no final, o amor prevalece à tudo.