[RESENHA - HQ] BATMAN: A PIADA MORTAL, de ALAN MOORE e BRIAN BOLLAND

Ano de Lançamento: 1988
Editora: DC Comics
Páginas: 79
Nota: 5/5




"Só é preciso um dia ruim

pra reduzir o mais são dos homens

a um lunático"




Super heróis sempre tiveram um lugar de destaque na cultura pop. Desde crianças sonhamos em ser algum herói quando crescer. Após a avalanche de adaptações cinematográficas de HQs, é difícil conhecer alguém que não tenha, ao menos, um vago conhecimento sobre algum super herói.

Mas, o que seria dos grandes heróis sem os grandes vilões? Pensando nisso, nos vilões que Alan Moore e Brian Bollan conceberam uma das melhores HQs sobre a origem do Coringa.

Nesta Hq vemos o passado do Coringa onde, em um dia, ele passa de um comediante fracassado, á viúvo de uma mulher grávida e acaba sofrendo um acidente químico que deixam suas feições como a conhecemos. Ou seja, passa de um cara normal a personificação da loucura. Em um dia.

O QUE TE TORNA ESPECIAL?


Acho que um dos sonhos que mais ocupa espaço na mente de nós, homo sapiens, é a vontade de ser aceito. Fazer parte de um grupo, pertencer a algo  - ou alguém - que seja um reduto de felicidade, compreensão e aceitação. Dizem por aí que o grande mal do mundo é a solidão. Sentir-se sozinho é uma das sensações mais angustiantes e nocivas que uma pessoa pode sentir. Como disse John Donne, "nenhum homem é uma ilha". Somos seres sociais e precisamos da companhia do outro. De preferência, que a nossa companhia não seja algo de situação, algo que se acontecer ótimo, porém, caso não ocorra, tubo bem. Queremos que nossa ausência seja sentida. Que o hiato entre um encontro e outro não passe despercebido. 

Aí, eu pergunto: o que nos torna especiais? O que faz com nossa presença, seja querida, desejada, e até necessitada?

[RESENHA] A LISTA NEGRA, de JENNIFER BROWN

Ano de lançamento: 2012
Editora: Gutenberg
Páginas: 272
Nota: 5/5


“O tempo nunca acaba [...].

Como sempre há tempo para a dor,

Também sempre há tempo para cura.

É claro que há” (pág. 176)


Este é um livro, triste, angustiante, claustrpfóbico e extremamente importante tendo em vista muitos acontecimentos que, com certa frequência, vemos nos noticiários: bullyng e tragédias escolares. E, como em quase todos os casos, a mais coisa entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia.

O mote do livro é o seguinte: Valerie Leftman (Val), uma menina que, por ser diferente, sofre bullyng na escola onde cursa o ensino médio. Acaba se tornando namorada de Nick Nevil, estudante da mesma escola que também sofre bullyng dos colegas (colegas?). Um dia, Nick encontra um caderno onde Val anota os nomes das pessoas que fizeram algum mal pra ela, A Lista Negra. Com base nesta lista, mas não ficando somente nela, Nick irá cometer uma chacina na escola, alvejará por acidente Val e cometerá suicídio. Daí pra frente, Val terá de encarar tudo e todos, pois, segundo o julgo da maioria das pessoas da cidade, ela foi corresponsável pela chacina. 

DESCARREGO #01
A POLÍTICA E O FIM DA ESPERANÇA

                                                                      “O fim da esperança,é o começo...da morte”
                                              (Charles de Gaulle)


Estou triste pelo descaso.

Pela não valorização de nosso esforço; 

não valorização de nosso comprometimento; 

por não sermos levados à sério. 

A única coisa séria nisso tudo é o descaso dispensado para aqueles que levantam cedo em busca de seu ganha pão diário. Sério, é o modo como nossos comandantes insistem em continuar manobrando o navio que é o bem público como se fosse seu quintal de diversão onde chamam quem querem, rebaixam quem não reza a mesma oração, gratificam os comparsas incompetentes, burlam aquilo que a lei e o bom senso mandam, e tocam um foda-se bem grande pra quem não disse amém. 

[RESENHA] EU SOU O MENSAGEIRO, de
MARKUS ZUSAK

Ano de lançamento: 2007
Editora: Intrínseca
Páginas: 318
Nota: 5/5

"Às vezes as pessoas são bonitas. 
Não pela aparência física. 
Nem pelo que dizem. 
 Só pelo que são. (pág. 199)" 

Para aqueles que me conhecem, sabem o quanto gosto do livro "A Menina Que Roubava Livros". É uma escrita fantástica de uma história extraordinária. Apesar disso, de todo sucesso que o livro fez, "Eu Sou o Mensageiro", conseguiu me cativar ainda mais. Não à toa, esta é a segunda vez que o leio. Em alguns aspectos, me lembrou muito o filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain". 

O livro conta a história de Ed Kennedy. Um rapaz de 19 anos, taxista que se auto define como: “vagabundo das redondezas. Modelo de mediocridade. Um desastre sexual. Péssimo jogador de cartas. E agora, pra completar, imã que atrai merda.”

Quando não está trabalhando, passa as horas tomando café com seu cão, Porteiro, ou jogando cartas com seus amigos. Ah, ainda é apaixonado por Audrey, uma amiga que já deitou com todos da redondeza. Menos com ele. 

O RIO, A BARRAGEM E A LAMA




A barragem mal feita 
Trouxe tristeza e destruição.
A dor da vida na água que agora agoniza,
Ironiza a ideia de construção.

A pesca que agora nos resta
É o marrom da lama 
Que tingiu o colchão sobre a cama
Com a cor que agora nos remete a Mariana.

Não foi só o pescador que perdeu:
foi o peixe, a alga, você, eu.
Todos somos afetados 
Pelo metal pesado que contaminou o Alfeu.

[CRÍTICA] filme, PREDESTINATION

Voltar no tempo nunca foi tão confuso, legal, emocionante e perturbador.


O gênero ficção cientifica costuma nos apresentar histórias muita boas e por vezes complexas. Alguns filmes, precisamos assistir mais de uma vez pra conseguir entender o que se passou. Lembro que quando assisti o filme PI de Darren Aronofsky, fiquei, tipo, wtf?  O mesmo ocorreu com Matrix, dos irmãos Wachowsky e o ótimo e pouco divulgado Coeherence de James Ward Byrkit. Os irmãos Michael e Peter Spierig, conseguiram fazer jus ao gênero nos apresentando uma obra complexa, forte e ainda por cima, com viagens no tempo com o Paradoxo da Predestinação como norteador do filme.

[RESENHA] O BEBÊ DE ROSEMARY, de IRA LEVIN

Ano de Lançamento: 1967
Editora: Nova Cultural
Páginas: 173
Nota: 4/5
COMPRAR: AMAZON

Rosemary é uma dona de casa casada com um jovem e AMBICIOSO ator de comerciais, Guy, que conseguem alugar o apartamento dos sonhos. Apesar do passado sombrio do hotel – por lá viveram satanistas, bruxos, psicopatas e mais um monte de sei lá o que – o casal está feliz com a nova moradia. Alguns dias após a mudança, conhecem um casal de idosos, os Castevets, que moram no mesmo andar que eles. Os Castevets são imensamente desagradáveis porém, Guy gosta deles e Rosemary acaba aceitando a convivência. A vida do casal começa a dar uma guinada positiva e eis que resolvem ter um filho. Tudo ia bem até Rosemary suspeitar de algumas coisas envolvendo ela, Guy e o bebê que carrega no ventre. Mas, será que é real ou fruto da imaginação de Rosemary?

Creio que muita gente já o viu o ótimo filme O Bebê de Rosemary (1968), dirigido por Roman Polansky estrelado por Mia Farrow. E, apesar da fidelidade da adaptação, a escrita do livro consegue te surpreender muito positivamente. 

LENDO OS CLÁSSICOS [APRESENTAÇÃO]

Ao ler os clássicos, você entra em contato com conhecimentos que estão de acordo com aqueles que os criaram, sem que nada tenha sido suprimido, acrescentando ou alterado.


Segundo Ítalo Calvino, escritor italiano nascido em Cuba, um clássico é “um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha pra dizer”. Em suma, a leitura de uma obra clássica, nos dá a oportunidade de toda vez que à lemos e relemos, nos depararmos com algo diferente daquilo que pensávamos que era ou, reparamos em algo que havia-nos passado despercebido na primeira vez. Além desta experiência única, ler os clássicos nos proporciona entrar em uma história mágica, rica, que nos faz analisar não só o livro, mas também o período em que foi escrita dando-nos uma passagem de ida pra uma época ou lugar que por questões temporais, não podemos presenciar. Às vezes também nos tocam de uma forma impressionante, além de um acréscimo intelectual.

[RESENHA] O VENTO PELA FECHADURA, de STEPHEN KING

Ano de Lançamento: 2013
Editora: lSuma das Letras
Páginas: 283
Nota: 5/5
        



              “Eu não miro com a mão. Aquele que mira com a mão esqueceu o rosto de seu pai. Eu miro com o olho. Eu não atiro com a mão. Aquele que atira com a mão esqueceu o rosto de seu pai. Eu atiro com a mente. Eu não mato com a arma. Aquele que mata com a arma esqueceu o rosto de seu pai. Eu mato com o coração!”



Apesar de não ser bem conhecia do público geral, a série Torre Negra é uma saga (sete livros mais um) simplesmente genial. Não vou me delongar em demasia sobre a série (até porque pretendo fazer um post sobre a mesma em breve), só digo que pra todos que gostam do livros de Stephen King, não deixem de ler esta saga.

Já faz uns três anos que terminei de ler a Torre Negra. Quando vi que King lançou um novo livro sobre o Mundo Médio, fiquei com um pouco de receio: será um reboot, algo que mude o que já sabemos sobre o Ka-tet de Roland. Pra minha feliz surpresa, não foi nada disso. 

[RESENHA] HOLOCAUSTO BRASILEIRO, de DANIELA ARBEX

Ano de Lançamento: 2013
Editora: Geração Editorial
Páginas: 255
Nota: 5/5


    "Depois que perdi meu emprego, tudo se descontrolou. Da cadeia, me mandaram para o hospital, onde eu ficava pelado, embora houvesse muita roupa na lavanderia. Se existe inferno, o Colônia era esse lugar"

Imagine um local para onde eram enviados homossexuais, epiléticos, garotas grávidas antes do casamento, doentes mentais, mendigos, indigentes, militantes políticos, acoólatras, enfim, toda uma gama de pessoas indesejadas. Lá, elas eram despidas, dormiam em camas de palha, bebiam água do esgoto que corria a céu aberto entre um pavilhão e outro, mulheres incapazes eram estupradas, a agressão era comum, passavam fome, morriam de frio e, não bastando toda a sorte de vilania, os corpos do mortos ainda eram vendidos de forma ilegal a instituições de ensino.

O relato acima mais parece algo saído de uma ficção ou de algum campo de concentração Nazista. Mas não meus caros, este local foi bem real e aconteceu aqui em terras tupiniquins. Estamos falando do Hospital Colônia de Barbacena (MG).

[RESENHA] PROVA DE FOGO (MAZE RUNNER #2), de JAMES DASHNER

Ano de Lançamento: 2012
Editora: V&R Editoras
Páginas: 364
Nota: 4/5


Depois de escaparem das armadilhas do labirinto, Thomas, Minho, Teresa e os outros clareanos não tem nem tempo de relaxar direito e já são jogados em mais um teste experimental num cenário tão (ou mais) perigoso que o labirinto, o deserto. Se você esperava algumas respostas, você terá, entretanto, outras tantas perguntas serão apresentadas que a trajetória de Thomas e seu bando parecem estar rodando em círculos, sempre voltando para um ponto inicial que levará a outro ponto inicial. Será que o terceiro livro irá responder tudo e dar um fim digino a esta ótima série distópica?

Depois de saírem do Labirinto e serem levados para um local seguro, os clareanos podem descansar, se alimentarem e relaxar um pouco. Bem pouco na verdade. Teresa é raptada e no lugar dela um garoto é introduzido, Áris. Este passou pelos mesmos teste e experimentos que os clareanos só que no caso dele, as coisas foram invertidas: ele era o único menino e cercado de várias meninas. 

[RESENHA] EXTRAORDINÁRIO, de R.J. PALACIO

Ano de Lançamento: 2013
Editora: Intrínseca
Páginas: 318
Nota: 5/5


        "...E, se fizerem isso, se forem apenas um pouco mais gentis que o necessário, alguém, em algum lugar, algum dia, poderá reconhecer em vocês, em cada um de vocês, a face de Deus."

August Pullman é um garoto de dez anos. Como todo garoto, gosta de brincar, tem suas preferências alimentícias, gosta de alguns filmes  - no caso dele é fã de Star Wars – enfim, é um garoto normal. Quer dizer, seria considerado normal não fosse uma anomalia genética que deformou seu rosto.

Devido a esta pequena característica, a vida de Auggie nunca foi aquilo que ele quereria: normal. Passou por muitas cirurgias ficando dias e dias internado em hospitais. Não bastando isso, Auggie ainda tem de lidar com o preconceito dos outros.

[CRÍTICA] Sense8, Primeira Temporada.

Sense8, a ótima série dos Wachowski mostra de forma perfeita como necessitamos do outro e como o outro necessita de nós. 


Imagine um motorista de ônibus de Nairóbi, Capheus (Aml Ameen), lutando pra ajudar a mãe doente; um ator mexicano Lito (Miguel Angel Silvestre), envolto num segredo que pode dificultar sua carreira; uma Dj irlandesa, Riley Blue (Tuppence Middleton), vivendo em Londres que tenta apagar o passado; uma economista Coreana, Sun Bak (Doona Bae), que vive à sombra de um irmão incompetente e um pai misógino; uma farmacêutica indiana, Kala Rasal (Tina Desai), com dúvidas sobre seus sentimentos em relação ao noivo; um policial de Chicago, Will Gorski (Brian J. Smith), tentando ser honesto e ajudar o pai; uma ativista transsexual, Nomi Marks (Jamie Clayton), renegada pela família e lutando por seus direitos; e um ladrão de cofres alemão, Wolfgang Bogdanow (Max Riemelt) tentando mostrar que a ideia de seu pai era possível. O que essas oito pessoas teriam em comum? Nada. Mas, no caso da série Sense8, estão totalmente ligados um ao outro.

[CRÍTICA] filme, MEU PÉ ESQUERDO


Sentindo um imenso desprazer com os últimos filmes que assisti, principalmente os que concorreram ou foram vencedores de Oscar, decidi há poucos dias fazer algo um pouco diferente, mas que sanaria essa minha vontade por boas obras cinematográficas. 

Optei por assistir todos os filmes que concorreram ao Oscar no quesito melhor filme, ano a ano, década a década, aproveitando da facilidade existente hoje graças a internet, iniciando pela década de 90 e os filmes que concorreram ao Oscar no ano de 1990. 

ORAÇÃO À SEREIA!


 "Seu olhar tão distante
Dois buracos negros absorvendo tudo ao seu alcance.

Olhar compenetrado e misterioso, 
uma noite iluminada por  diamantes no céu. 
Sorriso  enigmático, perfeito, simétrico e sombrio
 Um navegante louco doente e febril.

NOS ENCONTRAREMOS (de novo)!!!


Meu brilho não pode ser medido.
Nem pode ser mensurado.
Mesmo surrado, ainda persisto.
Desisto, só de desistir.

Continuo acreditando em você
Mesmo quando ninguém acredita.

As vezes, sou abandonado
e deixam de acreditar em mim.
Mas sei que isso é, na verdade
Uma forma de me encontrar em outros cantos.

TOC, TOC, TOC...



" Conhece a história do cosmonauta russo?"

"O Cosmonauta. O primeiro homem a ir para o espaço, certo?  Os russos ganharam dos americanos. Ele vai numa espaço nave gigante..., mas a parte habitável dela é pequena." 

"O cosmonauta está lá e tem uma janelinha. Por ela, ele vê a curvatura da Terra pela primeira vez. Ele foi o primeiro homem a ver o planeta de onde ele é."

[RESENHA - HQ] "V" de VINGANÇA, de ALAN MOORE e DAVID LLOYD

Ano: 1988
Editora: Panini Comics
Páginas: 267
Nota: 5/5* 
comprar: amazon 


     "Igualdade, justiça e liberdade são mais que palavras; são perspectivas."
(V for Vendetta)


Esta é uma resenha que estava com certo receio de fazer. A história desta Graphic Novel é muita intensa e cheia de alegorias e a todo momento ficava pensando que poderia deixar algo importante de fora e, paralelamente, não queria que ficasse extensa demais. Espero que meus receios e temores tenham sido todos superados e que vocês apreciem a resenha desta que é a melhor Hq que já li.

V de Vingança é daquelas estórias que conseguem lhe absorver de um jeito que é quase impossível lê-la e não pensar sobre as implicações que a narrativa apresenta. Você pode ser à favor ou contra a tudo que foi apresentado aqui, mas, de forma alguma, irá passar por ela sem analisar muitas coisas que acontecem ao seu redor, desde o sistema politico e cultural e, acima de tudo, sobre você mesmo.

[RESENHA] CRIANÇA 44, de TOM ROB SMITH

Ano: 2008
Editora: Record
Páginas: 434
Nota: 5/5

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Criança 44, livro de estreia de Tom Rob Smith. O livro começa mostrando Liev Demidov, agente da MGB russa (espécie de policia secreta soviética), tendo de convencer uma senhora (esposa de um colega da MGB) que a morte de seu filho fora um acidente. As coisas começam a degringolar quando indícios de que, na verdade, o garoto fora assassinado de forma brutal vem à tona. 

Todas as verdades de Demidov são postas a prova e ele acaba se vendo diante das perseguições e terror do "Estado"  que ele sempre acreditou ser a verdade maior.

[RESENHA] O MÁGICO DE OZ, de L. FRANK BAUM

Ano de Lançamento: 1900
Editora: Leya
Páginas: 189
Nota: 5/5

      "Não importa o quão sombrio e seja sua casa, nós pessoas de carne e osso, preferimos viver lá a viver em qualquer país, por mais lindo que seja. Não há lugar como nosso lar."  

Eu, e imagino que muitas outras pessoas, conhecia a estória (ou, ao menos, algumas partes) do livro, sem, contudo, terem lido o livro. No meu caso específico, já havia visto o filme de 1939 em algumas das sessões de filmes da Tv aberta brasileira – Seção da Tarde, Cinema em Casa, ou algo do gênero. O livro, assim como o filme, é ótimo. Mas talvez, seja algo mais do que a história de uma garotinha perdida numa terra desconhecida, querendo voltar pra casa. 

O Livro começa mostrando Dorothy Gale, que mora no Kansas com seus tios e mais seu cãozinho, Totó. A paisagem do local é descrita como cinzenta – uma forma pra descrever a característica monótona, triste e opaca do lugar. Um belo dia, um tornado atinge a casa. Os tios de Dorothy haviam descido para o porão mas ela e Totó estavam na casa quando o tornado a levanta e joga-a para um outro lugar.

QUERIA UMA VIDA COM SENTIDO...



Queria uma vida com sentido.
Onde as coisas respeitassem a ordem de causa e efeito.
Onde o mocinho ficasse com a donzela no final.
Onde o medo fosse vencido pela bravura.
Onde as tardes fossem sempre de sol – 
uma chuva eventual seria boa.
Onde tudo fosse resolvido com um beijo.

[RESENHA] O ALICIADOR, de DONATO CARRISI

Ano de Lançamento: 2010
Editora: Record
Nota: 5/5

        Todo mundo tem um segredo (...) 
    Todo mundo enfia o dedo no nariz. Talvez quando não estiver ninguém olhando, mas todo mundo enfia. 

Um cão labrador sente um cheiro e passa a latir. Os investigadores sabiam que haviam encontrado algo. Começam e escavar e, pimba, lá estavam: seis braços. Aí, tudo se complicou ainda mais. Eram cinco meninas, entre 9 e 13 anos, desaparecidas (mortas) e todas com uma peculiaridade: o assassino amputava o braço esquerdo delas. Porém, havia um sexto braço. O Criminologista Goran Gavila agora tinha uma questão a mais: De quem era o sexto braço?

Chamada pra auxiliar nas investigações, Mila Vasquez, uma especialista em resolver sequestros percebe que há algo diferente relacionado a este 6 braço: a menina pode estar viva e agora eles estão na luta contra o tempo para encontrar o sequestrador antes que ele faça mais uma vitima.    

[RESENHA] O EXORCISTA, de WILLIAN PETER BLATTY




Tenho certeza que sempre que alguém pensa em filmes de terror, “O Exorcista” consta na lista dos melhores. Comigo não é diferente. Há alguns anos atrás quando descobri que a obra era baseada em um livro homônimo, criou-se um paradoxo na minha cabeça: queria mas não queria ler o livro. Normalmente os livros são mais assustadores que o filme e, como o filme já te deixa com medo até de olhar para o lado e ver algo, imaginava como não seria o livro. Ficava com misto de (medo) receio e vontade de ler. Já havia tentado umas duas ou três vezes, mas não conseguia ir até o fim. Desta vez fui. E digo que não sei ao certo qual dos dois (filme ou livro) me incutiu mais medo de dormir.

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"-Dizemos que o demônio não pode mudar a vontade da vítima.
- Sim, é isso mesmo. Sem pecado.
- Então, qual é o proposito da possessão? Qual é o sentido?
- Como saber? Quem pode saber? E ainda acho que o alvo do demônio não é o possuído. Somos nós... Que observamos... Todas as pessoas desta casa. E eu acho... Acredito que o objetivo é fazer com que nos desesperemos, que rejeitemos nossa humanidade: que vejamos a nós mesmos como bestas, maus e podres, deploráveis, horrorosos, indignos. E talvez aí esteja o cerne da questão: na indignidade. Porque eu acho que a crença em Deus não é uma questão de razão; acredito que é, no fundo, uma questão de amor: de aceitarmos a possibilidade de que Deus possa nos amar."

(Trecho diálogo entre padre Merrin e padre Karras)  
Histórias de terror costumam dividir opiniões. Alguns adoram, alguns odeiam. Não são muitas as que conseguem unanimidade. Dentre essas, O Exorcista é uma que só a menção já provoca medo. Mesmo 43 anos depois de publicado, o livro consegue assustar e incutir horas de tensão, mesmo depois de terminado. 

Li uma vez em algum lugar que Willian Peter Blatty, no momento em que escrevia o livro, não tinha em mente produzir algo com a intenção de causar sustos mas sim, escrever o relato de um clérigo que, com problemas de fé, tivesse problemas em aceitar que eventos psicológicos fossem vistos pela ótica da paranormalidade. Os sustos foram acidentais. Talvez seja um caso raro onde algo não intencional dentro literatura tenha dado tão certo. 

Depois do livro, temos o filme que teve o roteiro adaptado pelo próprio Blatty. Sendo assim, não temos um filme diferente do livro mas que na verdade se complementam. E ouso dizer que todos os filmes de possessão, depois de 1971, beberam um pouco da fonte de O Exorcista. 

O livro começa nos apresentando um padre, Merrin, num prólogo confuso e enigmático. No meio de escavações arqueológicas, o padre acaba encontrando uma figura de um demônio assírio, Pazuzu. Lembranças de terrores passados afloram na mente do reverendo que vê naquilo um presságio de que algo terrível está por vir. Algo que, cedo ou tarde, ele sabia que aconteceria. Foi como um lembrete de que a batalha dele contra o mal estava prestes a chegar ao fim.  
  
"Assim como o brilho breve dos raios de sol não é notado pelos olhos dos homens cegos, o começo do horror passou despercebido; com o guincho do que ocorreu em seguida, o inicio foi, na verdade, esquecido e talvez não relacionado de forma alguma  ao horror. Era difícil saber" 
Depois do prólogo somos apresentados a Chris McNeil, uma atriz consagrada, e sua filha de  doze anos, Regan. Apesar de problemas referentes ao passado, ambas vivem uma vida feliz e tranquila. Até que coisas estranhas começam a acontecer – batidas sem explicação no sótão, frio repentino no quarto, móveis que se movem sozinhos..., mas nada possa sugerir que as coisas iriam degringolar para o ponto aonde chegaram.  Talvez um fator possa ter desencadeado tudo isso. Talvez não. Difícil saber. Mas o fato é que as coisas foram acontecendo gradativamente. Não foi algo repentino, mas sim meticuloso e lento sendo mais difícil acreditar que tudo realmente está se passando e, principalmente, cria uma atmosfera sombria que segue o livro inteiro. Os limites da sanidade de Chris e de todos à sua volta são testados até o limiar do colapso. Tudo chegou até um ponto onde a ateia, Chris, não podia mais olhar para o lado e fingir que nada estava acontecendo de errado com a filha que, sem saber como ou o quê, sentia que algo de muito ruim estava acontecendo dentro ela.


"O oculto é algo diferente. Eu me mantive longe disso. Acredito que mexer com ele pode ser perigoso. E isso inclui mexer num tabuleiro Ouija. (...) Em muitas histórias  que eu já ouvi sobre centros espíritas, todos eles parecem apontar para abertura de uma porta de algum tipo. Se eu estou certa, talvez a ponte entre os dois mundos seja o que você mesma acabou de mencionar, o subconsciente. Só sei que coisas parecem acontecer. E, minha querida, há hospícios no mundo todo repletos de pessoas que mexeram com o oculto."     

(pág 82)

Paralelamente a história das McNeil, a vida do padre/psiquiatra Damien Karras é nos apresentada. Um jesuíta com problemas de fé que também tem problemas com o passado. É difícil observar o padre existente em Karras. O ceticismo e a racionalidade fazem com que o psiquiatra fique sempre a frente do homem da fé. Mesmo depois de tudo que vai acontecendo, a mente de Karras continua procurando explicações e, talvez desejando acreditar no Karras psiquiatra. Quase consegue fazer isso até o fim.

Daí em diante as coisas realmente começam a ficar perturbadoras. O embate entre bem e mal finalmente vai para seu duelo final. O ritmo dos acontecimentos é frenético e somos levados junto num turbilhão de imagens assustadores e dramáticas. Depois de chegar a aproximadamente metade do livro, é quase impossível largar a leitura. Ainda que o medo fique latejando como um machucado, a atmosfera sombria e o afã de descobrir o desenrolar da história são mais fortes que o medo presente em cada página. Desta forma, não é incomum levar sustos, ter medo e, às vezes, notar um ar de quem tem alguém (algo?!) te observando. 

O medo contido na obra é algo que lhe acompanha desde o inicio e fica pairando no ar um tempo depois de ler. É como se o autor tivesse remexido em algo assustador que paira no nosso subconsciente e mesmo sabendo que é um livro e, crendo que aquilo dificilmente aconteceria (SERÁ???) no mundo real, uma parte da nossa mente fica totalmente absorta e assustada por aquela atmosfera.

O final do livro é simplesmente excepcional. Nos remete a algo que fica além do terror, além dos sustos, além do suspense. Acho que a mensagem mais forte que o livro passa é que o amor e superação podem (e devem) suplantar tudo e todos. Ainda que seja algo além da nossa compreensão e controle. Boa leitura!!!
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O Exorcista (The Exorcist, EUA,1971)

Páginas: 320
Autor:  William Peter Blatty
Editora: Nova Fronteira
Comprar: AMAZON

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